Não autoria - dificuldade, comodismo da vida moderna ou pequena corrupção?

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Não autoria - dificuldade, comodismo da vida moderna ou pequena corrupção?


Tenho refletido muito sobre esta temática e resolvi escrever movida pela minha indignação, que espero não perder nunca. Nestes 7 semestres completos de faculdade aprendemos muito, discutimos, refletimos e fomos incansavelmente cobradas (felizmente) por nossos professores e tutores em relação à autoria. Mas o que ainda vejo? Pessoas que simplesmente COPIAM E COLAM textos que não são seus e se apropriam das palavras de outras pessoas. Então fico pensando se estamos falando de pessoas com dificuldade na escrita ou pessoas acomodadas com a facilidade das teclas crtl c + crtl v e que se acham espertas ao fazer isso? Falamos tanto que somos contra a corrupção, que os políticos que são corruptos têm que pagar, mas e as pequenas corrupções? Isso não é uma pequena corrupção? Assim se torna fácil concluir todas as atividades em dia, finalizar com folga um semestre que muitas vezes é como uma montanha para quem realmente está estudando.
Quando temos de ler um, dois, três textos, assistir a vários vídeos, certamente nossos professores se preocupam e nos proporcionam os mesmos para que com esses materiais possamos construir nossa aprendizagem, possamos melhorar nossas escritas, possamos crescer, mas e quem copia e cola cresce? Aprende? Ou terá apenas mais um diploma e nenhum conhecimento revisto?
Fico triste ao encontrar no oitavo semestre professoras que estão se "despreparando", que estão se distanciando da real aprendizagem, que se prejudicam porque no fundo irão prejudicar muitas crianças, com a ideia de um falso conhecimento já que na sala de aula não conseguirão dar um crtl v no cérebro, pois a cola não fica guardada, não se torna aprendizagem. 

Lamento e não faço questão nenhuma de ser simpática com o erro, com o corrupto, seja o de Brasília ou o que está na mesma sala de aula que eu. 


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O outro mundo possível mais perto do que imaginamos

O outro mundo possível mais perto do que imaginamos




Sempre pensei que a escola da Ponte fosse o tal "outro mundo possível" dentro da educação, mas também pensava que estava distante demais, outro país, outra realidade sócio-econômica, outra cultura. Sonhava, mas apenas isso... 

Ao estudar a Pedagogia pela UFRGS comecei a perceber que este outro mundo possível estava mais perto do que eu imaginava e as mudanças em minha prática pedagógica foram o "engatinhar" para isso. 

Na disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação fomos instigadas a conhecer alguns projetos e avaliá-los. O que logo me chamou atenção foi o Projeto UCA porque já o conhecia e quando estava na Secretaria de Educação no departamento de projetos conseguimos viabilizar a entrega de 100 computadores do projeto, porém a gestão seguinte não deu importância e o projeto foi perdido, devido ao não envio de documentos. Ao ler sobre o projeto colocado fui direcionada para o Amora e foi como se uma cortina se desvelasse... Eu devorei cada página e link do projeto e tive a certeza de que a ponte para a escola dos sonhos não está em Portugal apenas, mas ali, aos nossos olhos, próximo de nossas realidades. 

Sempre se falava em teorias de aprendizagem significativa, mas o que vi foi a realização, a prática e fiquei encantada, sonhando em fazer em Arroio do Sal, no meu quinto ano um braço desta ponte, abriu muito as possibilidades e o que ficou foi o desejo de conhecer pessoalmente esta prática. 

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A vivência da EJA e a relação com os aprendizados atuais

A vivência da EJA e a relação com os aprendizados atuais


Nossa última aula de Educação de Jovens e Adultos foi riquíssima, pois tivemos a oportunidade de muitas trocas, mediadas pelo professor Evandro. Ao ouvir o relato das colegas sobre os diferentes sujeitos envolvidos na EJA, alunos, professores, ex-alunos e possíveis alunos minhas lembranças dos anos vividos na EJA afloraram e com elas vieram muitas auto-avaliações.

Trabalhei 8 anos com EJA, séries finais do Ensino Fundamental, Língua Inglesa. Lembrei de minhas primeiras aulas, onde eu, sem a menor noção de quem seriam meus alunos preparei uma aula como se fosse para crianças do fundamental. Resultado? Tive que descartar meu planejamento e improvisar, pois ali, na minha frente eu tinha pessoas da idade de meus pais, não poderia tratá-los como os meus alunos do diurno. Logo, todos os professores estavam com as mesmas dúvidas e angústias e então optamos por estudar, uma vez por semana sobre essas pessoas que contavam conosco para ter seu direito à educação garantidos. 

O grupo de estudos foi enriquecedor e nele fui apresentada à Paulo freire, pude compreender como o adulto aprende melhor e minhas aulas se transformaram junto comigo, que passei a ver com outro olhar e respeitar muito mais aquelas pessoas.

Lembro que passei a pensar nas aulas de acordo com as vivências deles, estudamos, por exemplo, os controles remotos e suas teclas em Inglês, eles acharam o máximo descobrir o que significavam aquelas letras, estudamos as cores em Inglês através do conhecimento das obras de Romero Britto que estava apenas surgindo como pintor aqui no Brasil. Releituras, interdisciplinaridade eram constantes, eu adorava trabalhar nesta modalidade. Haviam os jovens, aqueles que "ninguém queria nas escolas diurnas" e NUNCA tive nenhum problemas com eles porque eu já acreditava na pedagogia do afeto como aliada para possibilitar a construção do conhecimento e tratava a eles como cidadãos que eram, sem rótulos, sem medos, apenas como pessoas, que a vida e a sociedade já marginalizavam o suficiente, então ali eram meus "bebês" como chamava carinhosamente.

Enfim, com as memórias afloradas, retomei também dos meus fracassos pedagógicos, como quando eu não soube ajudar uma aluna com muitas dificuldades na minha disciplina e que acabou desistindo... carrego comigo esta culpa até hoje. 

Ao ouvir os relatos, fazer nossa entrevista e refletir percebi o quanto o papel do professor é fundamental nesta modalidade, o quanto somos decisivos na permanência destes sujeitos na EJA. Hoje, com a maturidade, as aprendizagens que o curso trouxe e principalmente a consciência do inacabamento percebo o quanto eu poderia contribuir novamente na EJA e espero, futuramente ter oportunidade de trabalhar nesta modalidade. 

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A preocupação com nossos jovens, que caminhos seguir? Como tratar questões como respeito à orientação sexual, depressão e suicídio?

A preocupação com nossos jovens, que caminhos seguir? Como tratar questões como respeito à orientação sexual, depressão e suicídio?



Este é um assunto que tem tirado meu foco da graduação e até mesmo das pessoas mais próximas a mim... Preciso desabafar. Estou vivendo uma situação difícil, angustiante. Tenho um aluno de nono ano passando por problemas sérios de depressão, relacionados à dificuldade em lidar com sua orientação sexual, a paixão não correspondida por um colega de turma, o bullying sofrido...

Muitas noites sou tirada de meus afazeres em casa, de meus estudos e de meus filhos para ficar até a madrugada conversando com ele via whatspp, tentando ajudá-lo, com medo de, se eu desligar ele fazer uma bobagem. Não consigo desligar da situação dele, é como se fosse com meu filho.

Consegui, com auxílio da orientação da escola encaminhamento psicológico e psiquiátrico. O médico sugeriu internação, pois a ameaça de suicídio é real, mas a família "achou melhor " tratá-lo em casa. 

Minha pergunta é: como nos manter bem? Como ter suporte psicológico para lidar com situações como essa? Onde nos sentimos responsáveis para além dos conhecimentos, mas pela vida de alguém?? 

A Faculdade não nos prepara para isso, cada vez mais estamos acolhendo afetivamente nossos alunos, pois cada vez mais as famílias os estão deixando para nós. Que caminho seguir? Que decisão tomar?

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Planejamento como ação, não como mecânica reação.

Planejamento como ação, não como mecânica reação.





Planejar não pode ser mais visto como uma reação mecânica, o preenchimento de fichas ou cadernos, com verbos bonitos utilizados no infinitivo mas com a finitude de estar guardado em alguma pasta ou gaveta. O educador precisa ver a ação de planejar como um momento valioso, rico em significados e repleto de sua concepção pedagógica, ele deve ser o norte de seu trabalho, a bússola de sua prática.                                   

"Enquanto dispensávamos tempo em sala de aula, pensando exclusivamente no "como",deixando os planos exemplares em suas for­mas, pouco ou nada questionávamos sobre a "quem servíamos e para que e para quem" pensávamos em tais ações." RODRIGUES (2001).

Minha trajetória acabou me ensinando com os erros a planejar de forma correta, pois, infelizmente, não posso dizer que aprendi a fazer um planejamento na minha primeira graduação. No início de minha carreira (1998) ia para a sala de aula sem nada escrito, confiando naquilo que eu tinha aprendido sobre o conteúdo, no que eu devia "passar" a meus alunos. Hoje, não consigo ficar sem fazer o planejamento de todas as minhas 15 turmas. Preciso ter por escrito o que eu pretendo, como pretendo atingir, anoto as escolhas e observações dos meus alunos e alunas, percebo os momentos em que preciso retroceder ou mudar algo. O meu plano de trabalho anual está colado ao lado de cada página introdutória da turma, no meu diário, pois estou sendo recorrendo a ele, nunca o deixo guardado. 

Conforme nos trouxe Rays (2000), é preciso conhecer a realidade da escola, dos alunos, da comunidade, a cultura local, não adianta copiar planejamentos prontos de livros didáticos produzidos em grandes centros e distantes da realidade local. Objetivos claros, o que realmente queremos, em quê nossa proposta vai de fato auxiliar o estudante, procedimentos que deem resultados, que levem aos objetivos devem ser pensados no planejamento, e a avaliação, esta é fundamental, ela deve ser feita em todo o processo e não apenas ao final, pois durante a construção do conhecimento é a avaliação que nos permite observar se os objetivos traçados de início estão sendo alcançados. 

Respeitar os interesses dos educandos, o que eles trazem em sua bagagem cultural, seus anseios, angústias, dúvidas e curiosidades, permitir que explanem seus pensamentos, essa deve ser a proposta de um bom planejamento.

Gostei muito da disciplina de Didática, foi enriquecedora, reflexiva, encorajadora. Tenho tentado praticar todas as novas aprendizagens.



RAYS . Planejamento de ensino: um ato político-pedagógico. In: Oswaldo Alonso Rays. (Org.). Leituras da Educação. 1ed.Santa Maria: Editora Pallotti, 2000, v. 1, p. 167-186.






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O encantamento mútuo com o letramento digital

O encantamento mútuo com o letramento digital




     Neste ano estou desenvolvendo, em parceria com a professora de português e amiga Scheila Machado, um projeto intitulado "Google Classroom - A sala de aula vai até você", com objetivo de trabalhar de forma virtual, à distância e mesmo em momentos presenciais, mas já introduzindo os estudantes no mundo digital.

     Nos preparamos para isso, estudamos, nos encantamos e finalmente arriscamos e o resultado? Está sendo, aos poucos, fantástico. Qual professor não sonha com os estudantes realizando trabalhos assim que chegam da escola? Ou ficarem até tarde fazendo as atividades e tirando dúvidas contigo? Isso tem acontecido e foi o que me motivou a decidir a área onde quero estagiar, o foco do meu TCC, letramento digital em sala de aula democrática, ou seja, o que vamos estudar vai depender deles, mas como estudaremos será uma construção de todos nós fazendo uso das tecnologias. 

     Claro que tenho consciência que não será fácil, teremos contratempos, como a questão do acesso, mas tenho certeza de que a aprendizagem está tendo um outro significado para as turmas participantes. Nossos estudantes são de uma geração completamente diferente da nossa e não adianta querermos que eles aprendam usando as mesmas estratégias que nós, isso torna nossas aulas enfadonhas e sem sentido. Ao desafiá-los a conhecer mais sobre as tecnologias eles se sentem motivados, estimulados. Isso exige muito do educador também, que precisa se despir da toga autointitulada "dono do saber" e nem sempre é fácil, pois alguns têm receio de perder o seu tão sonhado espaço na sociedade, mas posso garantir que isso não acontece.






O letramento, segundo Fonseca (2005) leva em consideração os saberes e práticas culturais que os indivíduos possuem, e os toma como fios condutores para a apropriação da linguagem. Como nos traz Freire, (1994, p. 20). “[…] a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”, sabemos que a leitura de mundo em tempos de globalização é relevante e a questão das tecnologias no letramento faz parte da leitura dos alunos.


     "A cultura é mediada pela comunicação, e toda a arquitetura deste
sistema de valores, construída historicamente, está sendo transformada pelas
novas tecnologias digitais, e desta forma, as novas práticas sociais de leitura e
escrita se constituem no que é denominado hoje de letramento digital." Fonseca, p.24, 2005.



O letramento digital é um dos assuntos mais atuais e penso que um dos que merecem estudos, pois ainda há pouco material sobre o mesmo, em especial quando se trata de séries iniciais. A minha ideia é aos poucos fazer com que meus alunos percebam textos que levam a outros gêneros, através de links e hiperlinks, elementos sonoros e visuais tudo numa mesma superfície. Os estudantes também serão, ainda segundo Fonseca(2005) capazes de localizar, filtrar e avaliar criticamente diversas informações. O direito de acesso à redes de informações passa a ser uma nova forma de liberdade de expressão e precisamos possibilitar isso em nossas aulas, se quisermos de acompanhar nossos alunos em suas produções para além da sala de aula.






Referências:

FONSECA, Magda de Carvalho. Letramento Digital: uma possibilidade de inclusão social através da utilização de software livre e da educação a distância. Trabalho de Conclusão de Pós-graduação lato sensu da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal de Lavras. 2005. Disponível em http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/9528/1/MONOGRAFIA_Letramento%20digital%20-%20uma%20possibilidade%20de%20inclus%C3%A3o%20social%20atrav%C3%A9s%20da%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20de%20software%20livre%20e%20da%20educa%C3%A7%C3%A3o%20a%20dist%C3%A2ncia.pdf
Acesso em 13/04/2018.


FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 29. Ed. São Paulo: Cortez, 1994

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A escola democrática pode começar numa sala?

A escola democrática pode começar numa sala?

Hoje, ao ler o texto "Escolas Democráticas Utopias ou Realidade" de Rosanei Tosto fui tomada de uma daquelas doses de esperança que sempre fazem bem.
O "realidade ou ficção?" sobre este assunto vinha me assombrando desde o início deste semestre quando começamos a discutir o assunto. Eu tive oportunidade de experienciar uma gestão democrática-participativa de perto que gerou lindos frutos e teve resultados tão belos quanto, mas que foi esmagada, engolida por uma boca capitalista enorme, onde prevalece o indivíduo no lugar do coletivo, a vaidade no lugar da solidariedade e desta forma foi impossível continuar neste projeto. 

Lendo o texto que trouxe novamente às minhas memórias os conhecimentos acerca da Escola da Ponte e outros dois exemplos brasileiros de escolas democráticas eu resolvi ir além e busquei, das referências sobre o projeto político pedagógico da Ponte, já que a este eu nunca tive acesso. Encontrei parte do livro "Escola da Ponte Uma escola Pública em Debate" de José Pacheco e Maria de Fátima Pacheco e fiquei ainda mais encantada e comecei a "sonhar" com um projeto de estágio um pouco ousado e certamente desafiador do ponto de vista do objetivo.

Se é, infelizmente e ainda, tão difícil que tenhamos escolas verdadeiramente democráticas em nossas realidades, porque não tentar começar de algo ainda mais micro na sociedade, que é a própria sala de aula? A escola democrática preza que de baixo para cima tenhamos cidadãos de fato e de direito mais críticos e reflexivos, com valores que permeiem os direitos humanos e assim estes possam progressivamente transformar a sociedade, eu não posso ter uma sala de aula democrática para então provar que dá certo e buscar a tão sonhada experiência numa escola democrática?

E então vem o desafio, minha primeira intenção ao pensar na turma com a qual irei realizar meu estágio era trabalhar com alfabetização e letramento digital e pensei, neste momento em unir as duas coisas. "Novas pontes - Bytes no lugar de tijolos, o concreto sempre presente" seria um título provisório, criado na intenção de conter toda minha euforia e ansiedade.

Uma sala de aula democrática, respeitando as escolhas do centro do estágio, os estudantes, que seriam responsáveis por seus conhecimentos, pela construção das regras e combinados, que teriam seus interesses respeitados e ao mesmo tempo tivessem realizando tudo isso em ambientes informativos e comunicativos de aprendizagem.

Sei que ainda é cedo para pensar nisso, mas preferi escrever assim não esqueço ou perco meus pensamentos em meio a tantas coisas tradicionais que somos "obrigados" ou "sugestionados" a seguir.



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A apropriação (necessária) das TICs pelos Educadores

A apropriação (necessária) das TICs pelos Educadores


Neste semestre estamos com a disciplina de Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação, que é uma área com a qual me identifico muito e adoro. Há cinco anos conclui minha especialização nesta mesma área e penso que o vídeo que utilizei na minha apresentação serve como introdução ao que vou explorar depois:




E mesmo após ter feito esta especialização, para a qual me dediquei por dois anos, na primeira aula da disciplina de TIC na graduação de Pedagogia fui surpreendida por dois recursos, um já mais conhecido, mas nunca utilizado, para criação de histórias e outro, tão próximo e tão distante que tive de me ater muito para compreender, a famosa Timeline, ou linha do tempo. Possibilitada a nós no Office Excel, confesso que nunca havia utilizado e gostei muito.


Isso só me fez ter a certeza do que afirmei em meu TCC da pós graduação, a formação continuada em TICs é essencial, o professsor precisa se apropriar, conhecer para desmistificar os medos em relação às Tecnologias, somente assim seremos capazes de acompanhar as novas gerações, que não são mais 2.0 ou 3.0. 


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A didática de 1659 e a política de 2018

A didática de 1659 e a política de 2018


   O mestre Paulo Freire (1999), que felizmente ainda é o patrono da Educação brasileira, já dizia que:

            “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”


   Portanto, hoje, nas leituras sobre Comênico, o "pai da Didática" não pude deixar de relacionar com o momento político atual, que ficará marcado na história do nosso país e sobre o qual muito falaremos (ou não, se tentarem nos calar). 


   Com relação à vida e obra de Comênico eu destacaria muitas coisas. Foi, certamente um homem à frente de seu tempo, com uma visão altruísta, que vislumbrava o princípio da igualdade, “sonhando” que todos tivessem a oportunidade de acessar os estudos, e neste sentido, no atual momento histórico de nosso país não podia deixar de comparar com os ideais do ex Presidente Lula, inclusive nas questões que dizem respeito ao exílio. Claro que o “todos” de Comênico não é o mesmo “todos e todas” de Lula e isso veremos logo abaixo. O autor também queria que aprendessem com prazer, que os fundamentos da aprendizagem viessem da natureza, ou, em outras palavras, do que estivesse próximo dos estudantes, assim como Freire trouxe sempre em sua vasta obra, mostrando a utilidade do aprender, aprender para ser, conhecer, fazer. O professor deveria, para Comênico “ensinar menos”, ou seja, deixar de ser o foco e ser o mediador, sentindo assim como o estudante prazer em seu papel. 

   O sujeito aluno precisa ser considerado, segundo o pai da didática e não consigo entender como tantos colegas desmerecem esta afirmação, essa consideração é construída, a meu ver, num primeiro momento com bom relacionamento professor-aluno. 

   Claro que também discordo de algumas colocações, em especial, mais uma vez, percebo o quanto as disputas religiosas prevalecem ante ao social. Isso continua preocupante, principalmente em tempos onde nossa política passa a ser dirigida por bancadas evangélicas. 

   Outro ponto que me chamou atenção é um item do índice de “Didática Magna”: 

                              “A formação do homem faz-se com muita facilidade na primeira idade, e chego a dizer que não pode fazer-se senão nessa idade”. 
           


   Discordo, pois exemplo de que o ser humano aprende em qualquer tempo de sua vida são as turmas de EJA. Mas isto, levando em consideração o período e contexto histórico social só mostra o quanto evoluímos pouco neste aspecto, já que atualmente temos políticos que também pensam ser “desnecessárias” as turmas da Educação de Jovens e Adultos e tem feito de tudo para acabar com esta modalidade. 


   Com relação ao ocorrido, à prisão do ex-presidente Lula eu posso afirmar que me sinto extremamente triste, pois tive a oportunidade, enquanto educadora de trabalhar e conhecer de perto inúmeros programas pertencentes às políticas públicas que visavam a igualdade de direitos construídas no governo PT. Vivenciar isso me fez perceber que este é o sonho que quero seguir, diminuindo a distância entre o que dizemos e fazemos, conforme Freire nos ensinou. Não posso não manifestar meu posicionamento político, pois educar é um ato político e a intenção do meu continuará, mesmo com Lula preso, sendo a de formar pessoas capazes de buscar um mundo mais justo e fraterno.



Referências:

COMÉNIO, João Amós. Didácta Magna: tratado da arte de ensinar tudo a todos. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. 525 p.

DOLL, Johannes; ROSA, Russel Teresinha Dutra da. A metodologia tem história. In: _______ (orgs.). Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p.26-29


FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.



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Os desafios que um verdadeiro educador enfrenta ao receber crianças “marcadas” por pseudoeducadores

Os desafios que um verdadeiro educador enfrenta ao receber crianças “marcadas” por pseudoeducadores

Ao receber uma nova criança numa turma, recebemos um presente, e como qualquer presente deve ser visto com gratidão. Ao ter à frente uma criança que já vem com marcas negativas de uma professora que não soube valorizar o que ela já trazia o desafio é enorme, pois devemos, com muito cuidado devolver a esta criança o que lhe foi tirado: o direito de exercer seu livre pensamento.
Penso que atividades que permitem a autonomia e criatividade são aquelas que respeitam o pensamento da criança, como permitir que pinte algo da cor que quer e não da “cor real”, pois esta criança terá muito tempo para perceber as cores reais e enquanto ela puder exercitar sua criatividade qual seria o problema em ter um coelho rosa, por exemplo?
Uma ótima dinâmica para trabalhar estas questões, com crianças e adultos é a do aquário, onde um aquário pintado é colocado no quadro e cada criança é desafiada a criar seu peixe. Saem desta atividade diversos peixes e a partir dali podemos levantar questionamentos que permitam ao aluno ou aluna perceber que suas produções têm validade, sejam quais e como forem. Assim tem sido minha prática na língua inglesa, respeitando os limites e ao mesmo tempo instigando para que queiram se superar, nunca se comparando aos outros, mas ao que melhor podem ser em relação a si mesmos.




A marca que tenho tentado, e penso que estou conseguindo, deixar em meus alunos é a marca da ludicidade para aprender, do amor, do respeito a toda e qualquer diferença, da criticidade argumentativa e da busca por seus sonhos, sejam quais forem.



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A concepção pedagógica de uma escola e a diferença nos múltiplos olhares possíveis.

A concepção pedagógica de uma escola e a diferença nos múltiplos olhares possíveis.


Refletindo sobre o texto que escrevi para o Seminário Integrador, neste início de eixo VII e fazendo uma relação entre o vídeo assistido, os textos lidos e o que venho enfrentando em minha escola posso afirmar que a concepção pedagógica de uma escola pode sim ser diferente de acordo com os olhares que veem. 

As ideias em relação ao pensar o modo de realizar o ato educativo compõem a concepção pedagógica de uma escola. Assim como existem inúmeras formas de pensar o ato educativo também existem outras tantas concepções pedagógicas. Uma delas foi brilhantemente abordada no curta “Escolas Democráticas”, pois o vídeo traz a escola tradicional, com uma concepção infelizmente ainda vista e reconhecível em muitas escolas, isso é observado logo no início do vídeo, quando a representação arquitetônica da escola é de uma caixa, composta por um currículo fechado, onde os elementos visivelmente são tratados de forma impessoal, os estudantes são passivos, a figura do professor que aparece de forma caricata com garras é autoritária e opressora. Nesta concepção pedagógica, que segundo Becker (2001) caracteriza a pedagogia diretiva, o pressuposto epistemológico é o empirismo, o conhecimento é mecânico, depositado no aluno, como a educação bancária, repassado pelo professor (sujeito), e os estudantes (objeto) não são estimulados a pensar, as respostas devem ser as esperadas pelo professor, que em acordo com a gestão da escola, ignora ideias e pensamentos dos alunos. A aprendizagem é literalmente despejada, distante da prática e desta forma os conteúdos que não são significativos logo serão esquecidos.

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A importância da Monitoria no processo ensino-aprendizagem na modalidade EAD.

Penso que o trabalho da monitoria na modalidade é EaD é de extrema importância. Sabemos que nossos mestres possuem, assim como nós, inúmeras turmas, e cabe, por fim aos anjos de teclados em mãos, chamados tutores nos auxiliarem em todos os sentidos, seja com nossas angústias, medos, frustrações e principalmente dúvidas, nos mostrando de forma clara, com muita paciência e amorosidade o melhor caminho a seguir. Quero ser monitora para que possa de alguma forma retribuir o muito que recebi das mãos de fadas de nossas tutoras. Acredito que o conhecimento só tem valor quando compartilhado. Tenho certeza de que será uma experiência de trocas e assim, enriquecedora.
Como nos traz Freire (1996, p 16) ao dizer que a alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
E é isto que estou buscando, alegria e boniteza nas trocas amorosas que só o Pead traz.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

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Síntese do Texto “À sombra desta Mangueira” de Paulo Freire

Freire diz, que quando quer conhecer algo ele não volta sua atenção diretamente ao objeto a ser conhecido e sim ao seu entrono, às relações dele.

Para que ocorra um clima dialógico é preciso um elemento fundamental, a palavra, componente especial do diálogo. Palavra em sua “inteireza”, como ação-reflexão, se for apenas ação é ativismo, apenas reflexão é teoria. Do texto destacaria:

“A dialogicidade é uma exigência da natureza humana e um reclamo da opção democrática do educador” (p.24, 2000)

Ele coloca a importância das tecnologias no sentindo da redução do espaço-tempo para a comunicação. O reconhecimento acerca do inacabamento traz a busca permanente. E essa busca é permeada pela esperança, porque ninguém se insere numa busca permanente sem a esperança. “A consciência do inacabamento torna o ser educável”, isso diz tudo, só buscamos algo se sabemos que não o possuímos e no caso do conhecimento e da educação essa busca é constante e permanente porque nunca saberemos tudo.

Quando não há consciência do inacabamento se dá, nas palavras de Freire, o adestramento e o cultivo. Essa consciência não é de todo racional, é uma mistura de emoções, sentimentos, racionalidade e desejos. Implica também em percebermos o mundo e comprendê-lo, ao mesmo tempo em que compreendemos nossa própria experiência com ele, nossa relação.

Outro elemento fundamental para é a curiosidade, a necessidade de busca de explicações para tudo, ela é a abertura para a compreensão, é metódica em si. Acabamos, muitas vezes nos movendo no mundo da cotidianeidade sem nos questionar, nossa curiosidade neste caso é desarmada. Curiosidade estética, epistemológica são outros exemplos apontados por Freire ao longo do texto. O contexto teórico muitas vezes tem relação contraditória com o contexto prático que é onde os fatos se dão e isso exige a curiosidade epistemológica, que recorre também à curiosidade estética. No contexto teórico nos distanciamos para observar e no contexto prático ocorre a ação reflexão.

Faz alusão à educação bancária que permite apenas a mecanização de tudo, ações e pensamentos. Reproduções esperadas, um mesmo resultado. Segundo Freire o educador progressista deve instigar no estudante a curiosidade espontânea a e através dela se desenvolverá a criticidade.
  
Atenta para a necessidade de valorização do professor enquanto sujeito e cidadão, devendo ser chamado a participar de todos os momentos de discussão, de diálogo, inclusive nas questões políticas. E no texto à crítica aos investimentos e cobranças sobre o professor são extremamente atuais. A relação dialógica é indispensável ao conhecimento, bem coloca que os regimentos autoritários são contrários à curiosidade. A dialogicidade supõe maturidade, respeito mútuo, segurança e seriedade, a curiosidade é utilizada com objetivo, para uma busca que sujeito ingressa.

Freire nos convoca para que possamos seguir a luta, com ética e responsabilidade, luta pela libertação, pela liberdade.

Referências Bibliográficas:

FREIRE, Paulo. À sombra desta Mangueira. 2000. Editora Olho D’Água.

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Conhecimento, erro e ilusão


Edgar Morim em sua obra “OS SETE SABERES NECESSÁRIO À EDUCAÇÃO DO FUTURO, capítulo I, AS CEGUEIRAS DO CONHECIMENTO: O ERRO E A ILUSÃO” nos apresenta que todo conhecimento traz em si o erro e a ilusão e que ambos não se reconhecem como tal, o papel da Educação é mostrar que todo conhecimento pode ser ameaçado pelo erro ou ilusão, ou seja, não há conhecimento estanque. A teoria da informação, por exemplo, mostra que o erro pode ocorrer pelo efeito da transmissão da informação. Nossas emoções e percepções tem influência direta na questão do erro, mas é impossível dissociar inteligência e afetividade “A afetividade pode asfixiar o conhecimento, mas também pode fortalece-lo.” (2002, p. 20). Desta forma o raciocínio pode diminuir ou ser destruído pela falta de emoção. O intelecto e o afeto têm uma relação indissociável e reciproca. O conhecimento científico, por exemplo, não resolve sozinho questões filosóficas, éticas e epistemológicas.

Cabe à Educação, segundo o autor, identificar a origem dos erros, ilusões e cegueira. O destaque para a fantasia e a colocação sobre a capacidade mentir para nós mesmos, criando ilusões são itens importantes trazidos no texto. A memória que é fonte de verdades pode estar sujeita a erros e ilusões, pois acaba sendo seletiva. A cegueira está relacionada aos paradigmas que embora sejam inconscientes controlam e sustentam o pensamento consciente. Assim, conforme o autor, um paradigma pode ao mesmo tempo clarear e escurecer, revelar ou ocultar algo.

Referência Bibliográfica:

MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à educação do futuro. Cortez Editora. 5ª edição. São Paulo: Cortez; Brasilia, DF: UNESCO. 2002 (Cap. I, p. 19 a 27)

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Como podemos, como educadores, contribuir para construir uma sociedade ética?


A pergunta colocada acima é fácil e difícil de ser respondida, fácil do ponto de vista teórico e difícil do ponto de vista prático. Como o texto traz, a filosofia pode nos auxiliar, e em especial a filosofia helenística, pois esta se preocupa com as dificuldades da vida humana, sendo uma delas a busca por uma sociedade ética. A ética deve ser trabalhada relacionada à estética, visto que o pensamento está associado à ação e estas são influenciadas pelas emoções. Ou seja, a ética está relacionada à ação e aí entra a dificuldade em contribuir, pois vai exigir do educador pensar acerca do que ele próprio faz. Que tipo de cidadão eu, enquanto educadora ajudaria a formar se para concluir minha graduação pagasse alguém para fazer meus trabalhos, ou copiasse textos prontos da internet e colocasse a autoria como minha? Como cobrar dos alunos ações éticas que muitas vezes os educadores não têm? Um exemplo claríssimo disso se dá nas grandes formações, onde existem inúmeros educadores, uma pessoa explanando e as conversas paralelas, risadas, crochê ou chimarrão são livres. Depois, estes mesmos educadores vão para sala de aula exigir silêncio e atenção dos seus alunos. Nestas colocações estou apenas praticando como nos diz Márcia a ética é a reflexão, o questionamento que eu dirijo para aquilo que já se consolidou.

Penso que, respondendo a questão, a contribuição se dá de duas formas, através do exemplo e através da reflexão sobre a ação. Somos espelho para nossos estudantes e devemos ter noção da responsabilidade que isso implica, portanto, para cobrar algo ético, devemos ser éticos. E quando estivermos diante de situações que exijam posicionamento ético a melhor maneira é levar todos à reflexão, praticando a empatia. 

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Reescrita de O Fotógrafo – Manoel de Barros - – Manoel de Barros, em “Ensaios fotográficos”. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.


A escola

Difícil fotografar a escola.
Entretanto tentei. Eu conto:
Férias, o silêncio tomava conta, quase nunca era assim.
Não se ouvia um barulho, nenhuma criança gritava.
Eu estava entrando na biblioteca.
Eram quase três da tarde.
Biblioteca vazia, muitas vozes gritando, nenhuma sendo ouvida.
Preparei meu celular.
O objetivo era explorar
Parte da história recuperar.
Fotografei o professor.
Aquele que arriscou e investiu em educação.
Quando não se tinha nada, nem mesmo ilusão
Tinha um cheiro de saudade, histórias e memórias.
Fotografei os projetos, sonhos de um novo cidadão
Vi uma logo que não era nova, identificação .
Eu achava que conhecia.
A história da escola.
Fotografei o mosaico.
Mistura de vidas, personagens desencontrados de grande valia.
A rua, o vento, o ar.
Falta ainda muita coisa neste lugar.
Mas me vi.
Ali estava eu a fazer parte
do coração de uma escola.
Que bate num ritmo diferente.
Do sorriso, do agito, das vozes de todos
o silêncio não combina com o lugar
Quando as crianças estiverem
Aí sim eu quero voltar.

Lucinéia E. Happeck



Registros fotográficos são partes de memória eternizadas, são a forma de manter nossa estada neste plano, assim como nossas escritas, são o legado para o mundo. Nem todo registro é comprovante de memória, pois como já visto em Moran (2002) a memória que é fonte de verdades pode estar sujeita a erros e ilusões, pois acaba sendo seletiva. Tem validade de acordo com a importância da mensagem que trazem sob o olhar de quem as vê. O silêncio da contracultura é o silêncio à subversão da memória oficial. A tentativa de se ausentar das marcas das narrativas é o silêncio da contracultura, é a forma utilizada para expressar seu posicionamento diante do mundo.

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RECORTE DA REALIDADE: ANALISANDO UMA SITUAÇÃO EXPERENCIADA EM RELAÇÃO AOS FILMES “VÊNUS NEGRA”, “QUANTO VALE OU É POR QUILO” E AO TEXTO “UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO MODERNA NO SÉCULO XXI”.



O embasamento e a reflexão teórica fizeram com que eu trouxesse um recorte não diretamente evidenciado na sala de aula, mas que dela faz parte. Trata-se da famosa “Live”, que nada mais é do que uma transmissão em vídeo ao vivo através das redes sociais. E eu trouxe esta questão porque ela faz parte do cotidiano dos jovens com os quais eu trabalho diariamente. A disputa entre eles é sobre quantas curtidas teve sua “Live”, quem visualizou e assim acabam colocando ao vivo coisas bizarras como um colega vomitando por ter bebido demais ou mesmo meninas “sensualizando”, colocando seus corpos em evidência. No outro dia, estas mesmas transmissões são o assunto em sala de aula. 

Do texto destaco:
“este desencontro da escola com a sociedade está interferindo intensamente nas relações que se estabelecem dentro e fora dela”
Pois, a escola segue em seus programas de ensino, alheia ao acesso e evolução que nossos estudantes vêm tendo em relação às mídias e ao uso que tem feito das mesmas. O filme “Quanto vale ou é por quilo?” traz uma crítica ao conceito de responsabilidade social das empresas, pois o que vale, no fim das contas é o lucro, seja ele na venda de escravos, em projetos sociais superfaturados ou na inserção de tecnologias que acabam inclusive sendo usadas em desfavor da vida, tendo em vista que já há relatos de jovens que cometeram suicídio usando o minuto de fama da “Live” ou mesmo o fizeram após terem sua intimidade mostrada ao vido nas redes, sem possibilidade de retorno. Esse recurso (live) pode também ser facilmente relacionado ao filme Vênus Negra, visto que a objetificação do ser humano, uso do corpo, exploração são visíveis numa transmissão ao vivo.

Certamente existem pontos positivos neste recurso, prova disso também é a visão do outro lado que a live permite ao ser confrontada com as transmissões das grandes mídias. Mas, meu intuito, neste recorte é mostrar a realidade perigosa do uso deste recurso pelos jovens, sem o preparo e a visão crítica, que permitiriam o uso saudável e até mesmo da responsabilidade social que poderia ser feito, se a escola trouxesse a temática para discussão coletiva. Como presente no texto e bem pontuado a escola precisa incentivar a reflexão sobre a realidade. A ideia de liquidez de Bauman se faz visível ao avaliarmos as reações que uma “Live” traz, aprece no rompimento dos laços morais e emocionais, na utilização para manipulação. Cabe à escola moderna de fato perceber que o elemento “live” já faz parte da cultura do jovem e trazer este elemento para sala de aula permitiria à escola exercer seu papel de formação cidadã de maneira efetiva.


Referências:
CUNHA, JORGE Luiz da. MISSIO, Luciani. Um olhar sobre a Educação Moderna do Século XXI. Disponível em link. Acesso em 09/01/2018. VÊNUS NEGRA. Direção: Abdellatif Kechiche. França, 2011. 164 minutos.
QUANTO VALE OU É POR QUILO? Direção: Sérgio Biachi. Brasil, 2005. Estúdio: Agravo Produções Cinematográficas S/C Ltda. Distribuição: Riofilme Produção: Patrick Leblanc e Luís Alberto Pereira. Edição: Paulo Sacramento

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LEITURA DO COLETIVO: VALORIZAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS COLETIVOS POPULARES.


 A realidade onde está inserida minha escola é de um coletivo que até poucos anos atrás se permitia ser subjugado pelos veranistas, aceitando o apelido pejorativo de marisqueiros, mas que como nos traz Arroyo (2006), este coletivo começou a reagir ao silenciamento imposto por uma classe que vinha apenas no período de verão e passou a utilizar, por exemplo, o termo marisqueiro como identidade e coletivo. Não são organizados em movimentos sociais, mas buscam ações conjuntas para a emancipação deste coletivo, sendo uma delas a apropriação do espaço do litoral como de todos, exigindo o respeito que as pessoas que vem para este lugar tem com os seus próprios espaços de permanência durante o restante do ano. O conhecimento deste coletivo vem sendo valorizado, pois, muitas vezes presencio veranistas solicitando a moradores auxílio para a resolução de problemas típicos litorâneos, relacionados à fauna e flora local. Muito se percebia do que Arroyo diz: “As categorias mais freqüentes com que são vistos, sobretudo no pensamento sócio-pedagógico tem sido: marginalizados, excluídos, desiguais, inconscientes.” (2003, p.5) Inclusive na escola, que utiliza os valores e conceitos da “cidade grande”, tentando preparar os alunos para subservir aos veranistas e desta forma agradá-los, os jovens moradores (marisqueiros) se viam como desiguais, distantes dos jovens que veraneavam na praia. Isso vem sendo modificado com a formação pedagógica constante que faz com que os educadores percebam a necessidade de valorizar o conhecimento do lugar, reconhecendo as experiências e a bagagem cultural local. Assim, hoje trabalha-se a questão ambiental de forma a fazer com que os marisqueiros cobrem dos veranistas o respeito ao nosso espaço, a cultura local é valorizada e não são mais inconscientes de seus próprios saberes. Exemplo disso é o curta “As lavadeiras” vencedor de prêmio em categoria nacional e que traz apenas aspectos da cidade. Nossos jovens se apropriam de conhecimentos diversos que lhes permite igualdade diante dos jovens da “cidade”. Claro que ainda existe a exclusão, ainda existe a marginalização, seria ilusória afirmar que as mudanças foram tão intensas, mas para mim que vim da “cidade” para o litoral há vinte anos, é perceptível que a passos lentos, porém persistentes estamos começando a vislumbrar o respeito aos coletivos diversos. 

 Referências: ARROYO, Miguel G. Ações coletivas e conhecimentos: outras pedagogias? 2006.

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Exposição de Fotos

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BNCC - BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM - QUAIS OS ENTRAVES?

BNCC - BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM - QUAIS OS ENTRAVES?

A Base Nacional Curricular Comum ou BNCC ainda é algo novo, e até mesmo desconhecido por muitos educadores. Começou como uma ideia excelente, diminuir as distâncias entre os currículos ao longo do nosso território, porém respeitando as características e marcas culturais de cada lugar.
Infelizmente, no meio do caminho, em meio à construção da base houve uma mudança de governo de forma abrupta e antidemocrática e aí começaram os problemas. O que antes era para ter a participação efetiva de todos os envolvidos no processo educacional passou a ser discutido entre poucas pessoas.  
Tive a oportunidade de ouvir a fala de uma das três únicas conselheiras nacionais de educação que votaram contra esta forma imposta de base, Malvina Tuttmann, que foi esclarecedora sob o ponto de vista pedagógico dos problemas da base. 
Na minha opinião a base mesmo aprovada não será praticada, pois na Educação e nos tempos atuais o que vem de cima para baixo dificilmente vigora. 



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