As aprendizagens que as trocas entre Conselheiros trazem

As aprendizagens que as trocas entre Conselheiros trazem


Explanação sobre a participação da Conselheira Lucinéia Happeck no Encontro Estadual da UNCME (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação) realizado nos dias 20 e 21 de Novembro em São Leopoldo:

Os dois dias de encontro foram bastante produtivos, esclarecedores e compartilho com as demais conselheiras e colegas professores, aos quais represento no CME, os apontamentos que fiz, claro que contêm minha reflexão pessoal.

Cito a Coordenadora Estadual Fabiane Bitello durante suas colocações “Quando tiramos a autonomia de uma escola, calamos um país”. Refere-se a várias situações que estão, neste momento histórico do nosso país, apontando justamente para nosso chão, a escola. O MEC já anunciou cortes para o custeio de metas do Plano Nacional de Educação (PNE), o que faz com que os municípios tenham que arcar sozinhos, isso, por sua vez é praticamente impossível e desta forma, as metas não serão cumpridas. Citou o Decreto de Contingenciamento, que nada mais é do que o detalhamento dos cortes feitos pelo Governo Federal.

A fala do professor André Lemes, secretário de Educação de Rio Grande e Presidente da UNDIME (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) - RS, foi corroborativa em relação ao parágrafo anterior e trouxe outro ponto importante sobre o qual devemos nos preparar, as tentativas de criminalização da profissão do professor, que se dá, por exemplo, através de proposições como às relacionadas com a “Lei da Mordaça”. Utilizou comparativos, uma vez que nunca viu legisladores querendo condenar advogados que defendem o indefensável, ou engenheiros que constroem prédios públicos e esquecem da calçada acessível. Trouxe um dado importante, de que o presidente Temer cortou 98% dos investimentos em Assistência Social, perguntando então, que país teremos em dez anos? O avanço do ódio, do preconceito e da intolerância é assustador, a submissão a que  o Brasil está se enquadrando é séria e que neste momento é tempo de RESISTÊNCIA, resistência persistente para que esta se transforme em MOBILIZAÇÃO. Colocou uma frase contundente “Ninguém vai calar o direito de exercer a profissão que escolhemos”.  A democracia deve ser vista como elemento fundante das relações sociais mais fraternas.

A primeira mesa trouxe a temática da Garantia do Direito à Educação: Monitorando o PNE. Com representações do Conselho Nacional de Educação, Universidade Federal do RS, UNDIME, Conselho Estadual de Educação, Coordenação da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, esta mesa foi esclarecedora, contundente e provocativa. Precisamos compreender o momento que estamos vivendo, tendo clareza sobre a movimentação do capital internacional em diversos setores e em especial na Educação. A distribuição da renda está cada vez mais próxima de dados de um passado não muito distante, herança da tradição escravocrata e de um estado patrimonial, mais uma vez ressalto a importância da luta pela democracia, pois professores calados comprometem o futuro.

Tivemos a colocação sobre a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que neste momento se encontra no CNE, e que, se aprovada como está terá impacto sobre a formação de professores, avaliação e gestão. Sabemos que as pessoas têm diferentes visões, de emancipação, de controle, se a base for aprovada num formato “apolítico” teremos sérias dificuldades, pois a autonomia dos professores, por exemplo, será reduzida de forma significativa. Base é o início e não o fim do processo. O resgate histórico social antes da BMCC é necessário. Pós LDBEN tivemos os parâmetros curriculares nacionais elaborados pelo CNe sem caráter obrigatório, depois tivemos as diretrizes curriculares que iluminam, mas não aprisionam em relação à unidade na diversidade. E temos um questionamento, as diretrizes já chegaram às escolas? Elas fazem parte do PPP? Dos currículos? A BNCC não é currículo, os currículos deveriam ser elaborados pela escola, baseado no PPP da escola. Então, as diretrizes deveriam estar na base. A BNCC como está apresentada afeta princípios básicos da Educação já constituídos, caberá ao CME fazer a normatização da Base.

O Estado tem o dever de garantir a Educação, e a criação de um Sistema Nacional de Educação seria uma alternativa para a garantia das políticas públicas, mas como concretizar isso sem dinheiro? O PNE é orgânico, uma coisa depende da outra e a meta 20 é a que vai viabilizar as outras. O CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial) também é um instrumento importante de aporte de recursos para investimento e ele traduz em valores o quanto o Brasil precisa investir por aluno ao ano, em cada etapa e modalidade da educação básica pública, para garantir, ao menos, um padrão mínimo de qualidade do ensino. Já o Fundeb (Fundo da Educação Básica) ficou fora da Emenda Constitucional nº 95, ou seja, não há um teto para a completamentação, o que permitiria, através do “novo” Fundeb a implementação do CAQi, assim a União entraria com mais 50% do montante do Fundeb. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional)15/2015 vai regulamentar o FUNDEB, precisamos nos apropriar acerca deste assunto

Sobre os índices (Enem, IDEB, etc) o que se percebe ao longo da realização destes é que não necessariamente refletem a questão da qualidade, pois muitas vezes temos alunos mecanicamente prontos, mas sem a aprendizagem efetiva e significativa. Os bons resultados deveriam ser consequência e não causa da educação de qualidade, o que se busca hoje, infelizmente são bons índices, e não aprendizagem.

O regime de colaboração entre os entes, depende de modo geral de vontade política para sua discussão e efetivação.

Refletindo sobre o papel do CME temos:




A retomada das funções do conselho é fundamental em alguns momentos, são as paradas necessárias para percebermos nosso papel. O CME só é normativo se for Sistema, tem o caráter propositivo, ou seja, propor soluções para o município, em seu aspecto consultivo pode tanto ser consultado, como consultar, solicitando esclarecimentos. Precisa deliberar, ou seja, tomar posicionamento, fiscalizar a Educação NO município e não DO município. Por fim, mas não menos importante é papel do CME mobilizar e temos logo em 2018 um grande desafio, a Conferência Nacional de Educação. O que estamos vendo é uma falta de iniciativa dos governos em realizar as etapas municipal e estadual e cabe ao CME fomentar através de sua participação no Fórum Municipal de Educação. É tarefa do Fórum, por exemplo, a realização de uma Conferência.

O CME só se fundamenta como órgão representativo se a intencionalidade entre seus membros é a mesma, ou seja, se os objetivos são comuns. Fatores como coerência, unidade, organização e articulação tornam o CME dinâmico. A primeira e mais importante função do conselho é zelar pela aprendizagem do aluno.

Destacou-se como elemento que possibilitaria o funcionamento efetivo do Sistema a criação de um Fundo Municipal, como política de financiamento público na Educação pública.

Apresentou-se também, no encontro uma proposta de Fórum Ampliado dos Conselhos e algumas falas sobre PPP e Regimento abrilhantaram a discussão.

É importante, enquanto conselheiras e educadoras que possamos de fato conhecer o sentido dos conceitos sobre sexo, sexualidade e gênero, pois somente assim estaremos preparadas para promover e participar de discussões sobre o tema, que certamente virão e sobre as quais o conselho deverá se posicionar.


É preciso trabalhar a questão da intolerância, do retrocesso, não podemos perder de vista a luta pela garantia dos direitos a todos e a cada um. Não devemos perder a interlocução, a capacidade de dialogar, de discutir ideias e argumentar. Que nada nos diferencie para nos distanciar, que as diferenças nos aproximem e permitam lutar por um país melhor. Temos de olhar para o território e não apenas a rede enquanto espaço de pertencimento.

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QUANDO A VIOLÊNCIA SE APROXIMA

QUANDO A VIOLÊNCIA SE APROXIMA




Sempre fui defensora dos direitos humanos, acredito nas pessoas, mas infelizmente, a violência chegou até minha casa. Não necessariamente em minha porta. Meu esposo trabalha em uma empresa de segurança e eis que pegou uma pessoa furtando uma residência, fez os procedimentos necessários e a pessoa foi presa e logo em seguida posta em liberdade. Parentes desta pessoa já haviam alvejado com tiros um colega do meu esposo. Há duas semanas este mesmo "cidadão" atirou quatro vezes contra meu esposo, felizmente não acertou nenhum tiro. Até aí, são situações vivenciadas por quem opta por profissões perigosas como a dele. Porém, no mesmo dia do ocorrido eu dava aulas para as filhas do atirador. Como agir? Impossível não se sentir desnorteada, desacreditada. Ainda tentando encontrar um rumo, uma forma de trabalhar esta questão.
Hoje, não considero uma postagem, apenas um desabafo.

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Desafios da Autoria

Desafios da Autoria


Ser "dono" de uma escrita implica diretamente na relação tida com o outro, ou outros autores. A autoria advém das leituras feitas, das produções, de aceitar os erros e principalmente de modificar. 
O conhecimento não é estanque, é maleável e mutável e assim sendo torna o pensamento do autor filosófico.
O desafio da autoria é captar tudo isso e transformar para que o maior interessado, o leitor, compreenda o objetivo daquela escrita, consiga, em meio a devaneios, ideias, afirmações construir sua própria interpretação acerca daquela escrita. 
Nessa colcha de retalhos do pensamento o registro dado ao "dono" de uma escrita é subjetivo.


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Escola e Diversidade Cultural, realidade X sonho?

Escola e Diversidade Cultural, realidade X sonho?


A diversidade cultural no espaço da escola nem sempre é respeitada, levando-se em consideração a compreensão de cultura enquanto conjunto de conhecimentos, artes, crenças de cada indivíduo. Ainda temos escolas que tendem a direcionar o pensamento em relação à diversidade cultural, anulando a cultura das minorias em valorização à cultura de massa.
O que almejamos enquanto educadoras em construção e reconstrução é participar deste processo de respeito à diversidade cultural, começando com o reconhecimento e valorização de nossa própria cultura individual.


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Filosofando

Filosofando



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Reflexões sobre a prática

Reflexões sobre a prática


 Utilizei numa das minhas aulas com o quinto ano o poema “Dear White Fella” (abaixo com a tradução) que traz de maneira sutil uma crítica ao racismo, ao mesmo tempo utilizo para revisar cores e trabalhar a oralidade, tendo em vista que dou aula de Língua Inglesa. Aqui o link com o vídeo feito em aula. Trabalhamos frequentemente a música Pride – U2, que traz a vida de Luther King e além disso sempre questiono meus pequenos e faço com eles uma reflexão acerca do famoso lápis “cor de pele”, para isso utilizo este giz: 



"Dear White Fella" 
a poem from a black fella to a white fella

Dear white fella, somethings you should know:
when I was born, I black
when I grow up, I black
when I go in sun, I black
when I cold, I black
when I scared, I black
when I mad, I black
when I sick, I black
and when I die, I still black. 

You white fella:
when you born, you pink
when you grow up, you white
when you go sun, you brown
when you cold, you blue
when you scared, you yellow
when you mad, you red
when you sick, you green
and when you die, you grey. 

And you have the nerve to call me colored.

- Unknown



  
"Caro White Fella" um poema de um cara preto a um cara branco
Caro amigo branco, algumas coisas que você deve saber:
quando eu nasci, eu sou preto
quando eu cresço, eu sou preto
quando eu vou no sol, eu sou preto
quando frio, preto
quando eu assustei, eu preto
quando eu estou louco, preto
quando eu estou doente, eu preto
e quando eu morrer, eu ainda preto.

Você caro branco:
quando você nasceu, você cor-de-rosa
quando você cresce, você é branco
quando você vai sol, você marrom
quando voce frio, voce azul
quando você assustou, você amarelo
quando você está louco, você vermelho
quando você está doente, você verde
e quando você morrer, você está cinza.

E você tem a coragem de me chamar de cor.
- Desconhecido

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Google para Educação

Google para Educação



Neste semestre estou fazendo uma formação de 100 horas, Google para Educação, também à distância, através do Polo de Santo Antônio da Patrulha. Estou realmente encantada com as possibilidades de utilização como ferramenta pedagógica. Coloco aqui o link para o Google Apresentação que fiz, onde se encontra um resumo de tudo que estamos aprendendo e que é possível dividir, porque o conhecimento adquirido precisa ser partilhado para ter valor.

Há inúmeras ferramentas e cito algumas: 


Google Fotos

Google Conta e Agenda

Google Drive

Google Planilhas

Google Apresentação

Google Forms

Google Site

Classroom

Maps

YouTube

Ainda não conclui, portanto, tenho muito o que aprender, mas me coloco à disposição para dividir estas novas aprendizagens, pois nosso objetivo é um só:


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Afinal, o que é aprender?

Afinal, o que é aprender?




Aprendizagem é a mudança de um pensamento, atitude ou comportamento após uma experiência significativa. É a ressignificação de algo depois do contato com outras vivências, a capacidade de modificar-se depois de receber estímulos externos e internos.

Após a leitura do texto eu percebo que minha concepção inicial se aproxima do modelo epistemológico da Psicanálise Freudiana - Psicologia e Epistemologia Genética, porque ela traz a importância da herança genética, do meio físico e do social em todo desenvolvimento, associando conhecimento e afetividade. Diferentemente do modelo Gestalt, onde o "Insight" é o único elemento para a aprendizagem, neste modelo os conhecimentos nascem de estruturações instantâneas, da percepção ou de "insights", ou seja, aprender está associado a qualidades herdadas. O modelo comportamental traz a teoria do reforço, o modelo que considera apenas a experiência externa e o indivíduo é visto como "tábula rasa", desconsiderando-se sua bagagem pessoal.

Penso que a aprendizagem envolve então fatores externos e internos.



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O CONTROLE SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA DEMOCRÁTICA


O CONTROLE SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA DEMOCRÁTICA



     Controle social do poder na gestão da escola só vai existir ou não dependendo da ação metodológica de gestão que a escola segue. Se há uma gestão democrática, descentralizada o controle social ocorre através da participação real e efetiva, por exemplo, do Conselho Escolar, órgão consultivo, deliberador e fiscalizador, porém se a gestão é centralizadora, antidemocrática e não participava este órgão acaba constando apenas no papel e não na prática. O controle social é a “arma” maior dada à população para o combate às corrupções, grandes ou pequenas e para a participação popular em todas as instâncias, o controle social é exercido principalmente através dos conselhos, que são eleitos democraticamente com representações entre seus pares. Numa gestão patrimonialista não há pares, todos seguem um único interesse, portanto são inexistentes os conselhos.

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AULA INAUGURAL DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO UFRGS - 2017 - ANÁLISE

AULA INAUGURAL DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO UFRGS - 2017 - ANÁLISE




Ao ouvir atentamente todas as falas da aula inaugural da UFRGS 2017, concordo com o que foi dito em relação ao momento atual, que é completamente diferente do momento da construção da LDB e da própria constituição de 88, vivemos um momento de golpes constantes contra a democracia brasileira, morosamente construída. Tanto a LDB quanto, por exemplo, o Plano Nacional de Educação levaram muito tempo para serem construídos porque, como nos afirma o professor Cury, a Educação é um campo de disputas, onde os pontos divergentes aparecem e fica claro que existem lados disputando aquilo que lhe é mais oportuno.

Conhecer a história da LDB, desde o primeiro projeto nascido em reuniões da Associação Nacional de Pós-Graduação, até os tempos atuais é fundamental para nos colocarmos sim, em um dos lados. Afinal, educar é um ato político, já nos afirmava o mestre Paulo Freire. Entender que logo no início havia a discussão entre dois projetos, um era analítico, detalhado, construído por professores e o outro era sintético, com orientações advindas de um congresso conservador, que permitiria a regulamentação através de leis complementares nos faz ver que tipo de disputa estava se formando no campo do parlamento e da sociedade.

A questão do Ensino Médio e do Financiamento da Educação também são bem pautadas e merecem uma discussão profunda. Ao longo desses vinte anos a LDB sofreu o total de duzentas e dezenove mudanças. Uma das principais veio agora, através de DECRETO, que se tornou lei 13415, mediante aprovação de um Senado que não mais representa a sociedade, resultando na reforma do EM.


Mexer na LDB hoje é um retrocesso, pois, de acordo com o professor Cury, nós ainda não temos forças para reabrir esta discussão e entrar nesta disputa, que seria a meu ver, neste momento político totalmente desleal. Não temos, enquanto população, real representatividade nos parlamentos. Precisaríamos recuperar pontos perdidos ou esquecidos na LDB e isso, na atual conjuntura, não aconteceria. Todo o resgate histórico da Educação feito pelo professor Cury deixa claro qual é o momento que, infelizmente, estamos vivenciando e acaba com qualquer perspectiva positiva de retomada da LDB. Precisamos de união e luta nesta conjuntura, precisamos retomar os espaços de voz da população, só assim poderemos então, pensar em retomada da LDB.

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Gestão Democrática - Escolha de diretores em tempos de CORONELISMO



Gestão Democrática - Escolha de diretores em tempos de CORONELISMO




Um dos princípios da gestão democrática seria a escolha do gestor da escola através da participação popular. Entretanto, infelizmente, o que vemos na maioria das cidades do litoral norte do RS ainda é a nomeação como cargo de confiança do Secretário de Educação (subentende-se Prefeito) e este lugar tão importante na escola passa a ser ocupado, muitas vezes, por pessoas sem o real envolvimento com a escola, sem a aprovação da comunidade escolar e principalmente sem um plano de ação para aquele espaço. 

Em tempos de “insuflência do coronelismo”, onde até absurdos como pedidos de volta do regime militar tem se propagado entre gerações que sequer conhecem o efeito histórico de regimes como este, faz-se necessária entre estudantes de Pedagogias a rediscussão dos ideais da gestão democrática e torna-se necessária a retomada dos estudos acerca do que seria de fato uma gestão com participação popular.

No país esta discussão, sobre o preenchimento do cargo do diretor de escola está em pauta há alguns anos, e nos últimos tempos, através do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) se cogitou a possibilidade de implementação da eleição para este espaço. Seria uma das diretrizes para alcançarmos a Educação de qualidade, sonho de todos nós. 

Um dos pontos seria o estabelecimento de critérios para a ocupação deste espaço, um deles seria a votação pela comunidade escolar, que se sentiria corresponsável e assim exerceria ainda mais sua função fiscalizadora, através do Conselho Escolar, também fortalecido através do PDE.

Em meu município, pude contribuir, no período de 2009 até junho de 2012 com a tentativa de implementação da real gestão democrática. Num primeiro momento foi estabelecida a lista tríplice, onde três nomes seriam definidos para a escolha do prefeito, assim, num primeiro instante não estaríamos indo contrários à Constituição que traz estes cargos como sendo de confiança do prefeito. Os critérios que eram exigidos: que o professor fosse efetivo e estável naquele estabelecimento de ensino há dois anos, que passasse por uma avaliação (prova) de conhecimentos específicos em gestão, que tivesse pós graduação e que fosse eleito pela comunidade escolar, através de voto secreto. Desta forma, os três nomes que fossem melhor classificados iriam para a escolha do prefeito. Não é o ideal, mas seria apenas em um momento, pois a ideia era desconstruir o voto de cabresto, por siglas partidárias (realidade muito presente no interior) e assim, construir com a comunidade a participação popular democrática.

Infelizmente, tudo que foi feito caiu por terra e em duas gestões estamos novamente com diretores escolhidos pelo prefeito, embasado numa tal lei de gestão democrática, que de democrática só tem o nome.

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GESTÃO DEMOCRÁTICA EM TEMPOS DE DEMOCRACIA DUVIDOSA

GESTÃO DEMOCRÁTICA EM TEMPOS DE DEMOCRACIA DUVIDOSA



     Penso que o conceito de gestão democrática deve ser trazido inicialmente:
Gestão Democrática é a forma de gerir uma instituição de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia. 
É a melhor alternativa para gerir uma escola atual, que não tenha parado no tempo. Mas para agir desta maneira é preciso muito estudo e leituras.
     Desde a constituição de 88 o termo estava presente, mas somente há alguns anos ficou conhecido dentro das escolas públicas. A LDB 9394/96 regulamenta a gestão democrática, principio da educação brasileira dentro da Constituição.O Plano Nacional de Educação seria norteador deste processo, pois traria diagnósticos, diretrizes e metas para a gestão democrática respeitando a democratização da educação brasileira. 
     Porém, eu pude vivenciar, em dezoito anos trabalhando na Educação, momentos em que a gestão democrática esteve presente e de fato ocorrendo, mas logo em seguida, ela foi "derrubada", por "forças maiores". Não podemos esquecer que o capital é quem rege a nossa Educação e desta forma ela também está atrelada aos interesses de uma minoria rica que certamente não vê com bons olhos uma gestão democrática, tendo em vista que esta prevê a participação em todos os momentos da gestão, possibilitando uma "autonomia perigosa" à sociedade. 
     Participei das etapas de uma Conae, uma conferência para discutir Educação, acompanhei as sugestões dadas por todos os segmentos de fato envolvidos com a Educação, li o PNE, sei que ele continha itens que logo foram esquecidos e isso me faz rediscutir se a gestão democrática ainda será possível, pois nem mesmo a votação popular para a escolha da Presidente do nosso país foi respeitada. 
     Ainda temos muito a caminhar, fazer gestão democrática no âmbito da Unidade Escolar talvez seja um pequeno passo, um trabalho de formiga, mas pode ser a solução, uma vez que quando temos a possibilidade de que isso venha de cima sabemos que não irá ocorrer. 
     Acredito na Gestão Democrática e enquanto eu tiver minhas próprias forças, minha voz e minhas palavras, continuarei lutando para que a participação popular se evidencia, que as vozes das minorias sejam ouvidas e que todas e todos possam de fato ter uma Educação de qualidade.

Referência: OLIVEIRA, João Ferreira de, et all. Gestão escolar democrática: definições, princípios e mecanismos de implementação. Disponível em http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_1.pdf
Acesso em 28/05/2017.

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O andamento do Projeto de Aprendizagem

O andamento do Projeto de Aprendizagem



Esta imagem mostra exatamente como estou me sentindo em relação ao Projeto de Aprendizagem. Embora eu esteja realmente aprendendo como fazê-lo, esteja me divertindo com minha aprendizagem, com o reconhecimento dos passos corretos para a execução de um PA eu sinto por não estar "saindo do lugar", por estar andando em círculos e por um motivo que me persegue desde o início do curso: o TEMPO. Trabalho apenas uma vez por semana com cada turma, minha ideia inicial seria aplicar o PA com o quinto ano, turma que acredito teria perfil para aceitar a proposta, mudei porque a aula com eles é na sexta e neste dia teríamos feriados pela frente. Optei então pelo quarto ano, com aulas na segunda e após um feriado e um dia de pediatra com meus filhos ocorreu que o projeto parou. Tenho receio de não conseguir concluir em TEMPO. Enfim, acredito no PA, mas ainda não estou conseguindo conciliar a proposta com o tempo restrito que tenho em sala de aula.

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LUDICIDADE NA VIDA ADULTA

LUDICIDADE NA VIDA ADULTA


O lúdico, enquanto fenômeno social pode interferir e muito na questão da aprendizagem do indivíduo jovem e adulto. Rabello e Passos nos trazem os estudos de Erikson que fala da importância de se considerar o contexto histórico e cultural, utilizando estas informações como instrumento de análise, afinal, são elas que vão nos dar indicativos da formação de uma identidade, que é construída e mantida pela sociedade, pelo que Erikson chama de “ego grupal”.
Segundo as leituras feitas:
“O desenvolvimento cognitivo dá-se na relação com o meio, porém, ele é individual. O estádio em que um indivíduo se encontra “é radicalmente individual, não pode, pois, ser confundido com o de nenhum outro indivíduo” (BECKER, 2001, p.187).

Ainda segundo Marques, “O adulto, tal qual a criança e o adolescente, não aprende ouvindo respostas prontas.  Aprende resolvendo problemas que dizem respeito ao mundo físico ou social em que vive e lançando hipóteses sobre as transformações que devem ser implementadas. ”
Desta forma, ao trabalharmos com o indivíduo adulto, devemos atentar para estes dois pontos, a aprendizagem como desenvolvimento individual e como significativa a partir das relações com o meio. Outro item de extrema importância, segundo Real e Picetti, é a questão da aprendizagem amorosa, e o uso do termo quer dizer tratar o outro respeitando a diferença que ele traz em relação aos demais indivíduos, este respeito é muito importante na Educação de Jovens e Adultos.
Assim, ao trabalhar a ludicidade com o jovem e o adulto é preciso estar atento à questão da “vergonha”, por exemplo, que no texto de Rabello e Passos nos é muito bem esclarecida, sob a ótica e o estudo de Erickson que afirma ser a vergonha “a raiva dirigida a si mesmo” já que o indivíduo pretendia realizar algo sem estar exposto aos outros e quando isso não acontece se dá a vergonha, que precede a culpa, derivada da vergonha e avaliada pelo superego. O estudante jovem e adulto, muitas vezes se nega a participar de uma atividade lúdica, mesmo estando internamente com muita vontade de fazê-lo, mas não o faz por receio de como “o outro” irá perceber esta participação, receando, de certa forma perder o status de adulto. Ferreira (2004), por sua vez nos traz que somente a ludicidade pode resgatar a criatividade e a criticidade do indivíduo, fazendo com que consiga viver no meio social ao qual está inserido.

Referências:

BECKER, Fernando. A epistemologia do professor. O cotidiano da escola. 9ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

REAL, Luciane Magalhães Corte e PICETTI, Jaqueline. Aprendizagem amorosa: transformações na convivência de aceitação do outro como legítimo outro. 2011. Educação e Cidadania nº13. Editora UniRitter.

RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Erikson e a teoria psicossocial do desenvolvimento. Disponível em <http://www.josesilveira.com/artigos/erikson.pdf> no dia 02 de Maio de 2017. 

FERREIRA, A. F. et all. O Lúdico nos adultos: Um estudo exploratório nos frequentadores do CEPE - Natal - RN. Disponível em <http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/29/29> no dia  02 de Maio de 2017

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APROXIMAR-SE DO ALUNO NOS FAZ COMPREENDÊ-LO

APROXIMAR-SE DO ALUNO NOS FAZ COMPREENDÊ-LO




      Nesta semana me detive a assistir a série "13 Reasons Why" (13 razões do porquê) na Netflix. Minha curiosidade foi aguçada por ouvir dos alunos comentários sobre ela e quando comecei a ver, simplesmente não consegui parar. Virei uma noite assistindo. 
     A série retrata a angústia de uma jovem diante de situações de bullying e até estupro, algo que às vezes parece tão distante e está mais próximo do que imaginamos. 
    Minha reflexão é sobre o papel do "Conselheiro" da escola, equivalente ao nosso "Orientador". Fiquei chocada ao perceber o quanto podemos ser responsáveis pelo que acontece na vida dos nossos alunos. Minimizar as questões que eles trazem é algo perigoso, assim como maximizar outras. Então, meu questionamento, qual é o equilíbrio? Como orientar nossos alunos que tem instabilidade emocional, afetiva, financeira, cada vez mais presentes em suas vidas? Me senti angustiada ao ver a série, por que me sentia preparada para me tornar orientadora escolar, adoro trabalhar com os alunos, sempre tive boa relação que se expande para além da sala de aula.Mas após assistir a série, que apesar de fictícia poderia ser real sem nenhum problema, penso que o papel do orientador escolar deve ser revisto. 
     Em minha escola temos uma excelente profissional, com uma experiência riquíssima e que para mim é exemplo, mas infelizmente não posso dizer o mesmo da maioria das escolas. O que encontramos são profissionais despreparados, sem contato real com os alunos, burocráticos e que veem o seu papel apenas como solucionador de conflitos e "aquele que conversa com o aluno problema". Cada vez mais é preciso que o orientador escolar se envolva com a comunidade escolar, a conheça e procure de fato tocar afetivamente seus educandos. Espero muito pela disciplina onde estudaremos mais esta temática.

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Faça amor, não faça guerra! Educação humanizadora é o caminho.



Faça amor, não faça guerra! Educação humanizadora é o caminho.



      “Que se destine meu aluno à carreira militar, eclesiástica ou à advocacia, pouco me importa. Antes da vocação dos pais, a natureza chama-o para a vida humana. Viver é o ofício que quero ensinar. Saindo de minhas mãos, ele não será, concordo, nem magistrado, nem soldado, nem padre; será primeiramente um homem.” Jean Jacques Rosseau



     Estou realmente preocupada com a iminência da III Guerra Mundial e penso que temos de tratar desta questão, dentro da escola, de maneira a humanizar nossos alunos. A frase acima diz muito, precisamos tocar neste assunto, na afetividade, no lado humano que parece estar aos poucos se extinguindo diante de tanta violência, descaso com a vida e com as relações, tão bem descritas como "líquidas" por Zygmunt Bauman. 


     Conforme SPAGOLLA  "A educação para a humanização significa pensar e agir fundamentando-se em princípios éticos responsáveis, determinações políticas interventivas, criatividade estética sensibilizatória. Nesta direção, a humanização da educação e da escola é, ao mesmo tempo, processo e produto, nascida e conquistada num projeto de mútua determinação e radicais lutas de educadores transformadores." Como educadora transformadora, acredito que mesmo estando diante de uma possível guerra, que traz todas as tristes consequências historicamente conhecidas, precisamos nos manter acreditando no ser humano e buscando semear em nossos alunos a paz. Ela deve começar dentro da escola, através, por exemplo, da mediação de conflitos, das justiça restaurativa e não punitiva. Se a cada conflito em sala ou na escola conseguirmos mediar de forma a restaurar a paz, mostrando os benefícios desta estaremos dando pequenos passos em direção a um mundo melhor.

     Por outro lado, me preocupa também o distanciamento afetivo do professor em relação a seus alunos, cada vez mais temos educadores que entram e saem das salas de aula sem tocar seu aluno, seja fisicamente, através de um gesto de carinho ou emocionalmente através de reflexões sobre a vida. Precisamos rever isto urgentemente. A maldade existe, está próxima de nós, mas é subjetiva e cabe a nós, educadores da transformação buscar escudos diante da arma da guerra e o melhor deles ainda é o amor.


Referência:
 SPAGOLLA, Rosimeire de Paula. AFETIVIDADE: POR UMA EDUCAÇÃO HUMANIZADA E HUMANIZADORA. Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Secretaria de Estado da Educação – SEED. Orientador UENP: Professor Dr Antonio Carlos de Souza. 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2343-8.pdf

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Os diferentes tipos de Projeto

Os diferentes tipos de Projeto




Sempre ouvi falar que escola moderna é aquela que trabalha com projetos, e eu trabalho com projetos, mas no andamento do curso, percebi que os projetos que eu faço são na realidade Projetos de Ensino e de Ação, não são projetos de Aprendizagem e isso me frustrou por um lado, mas por outro, me deu esperanças. Explico, me frustrou porque eu pensava que estava no caminho certo e vi que existem vários caminhos, e que portanto, definir o certo não é tão simples assim, mas me deu esperanças, pois eu me vejo como uma professora reflexiva e sei que posso continuar trabalhando com os dois tipos de projeto citados, já que eles tem alcançado aprendizagem significativa e que também posso passar a trabalhar com Projetos de Aprendizagem. 
O meu maior desafio será incluir a disciplina que leciono, Língua Inglesa, nas perguntas que espero venham a surgir da turma escolhida para aplicação do Projeto.


A organização de um Projeto de Aprendizagem tem por base a globalização, a significatividade da aprendizagem, um processo mais interno que externo de construção do saber, relacionando conteúdos e áreas do conhecimento a fim de resolver um problema, uma questão.

Projeto de Ação é uma proposta de ação partindo da leitura da realidade considerando todos os contextos possíveis. É composto por objetivos, justificativa, metodologia e avaliação. O Projeto de Ensino tem o professor como protagonista, é ele quem determina o que será estudado, visando a aprendizagem. Ele direciona a curiosidade dos alunos, em busca de seus objetivos. Já o Projeto de Aprendizagem parte da necessidade dos alunos em ampliar seus saberes, construírem ou reconstruírem significativamente ideias e conceitos acerca de algum assunto que seja do interesse da maioria. O professor neste tipo de projeto é o mediador da aprendizagem, os alunos são os protagonistas.

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O assustador silêncio dos Educadores...


O assustador silêncio dos Educadores...


     Eu me preocupo e muito, com o silêncio. Não o silêncio que acalma, o silêncio que faz pensar, o silêncio que faz chorar, me preocupo com o silêncio de quem deveria gritar para acordar os que dormem, os que dormem o sono da apatia, do "não é comigo". A cada notícia triste, retrógrada que leio, relacionada à Educação, à perda dos direitos de alguém, eu penso: Agora sim, agora os educadores vão tomar a frente e transformar isso... Chego na escola e cheia de esperança levo o assunto pra mesa do café, momento em que todos estão juntos, e aí, comenta-se, indigna-se e logo bate o sinal e tudo volta ao "normal". 
     Não sei, mas tem algo errado, esse silêncio não poderia existir, somos os responsáveis pela educação, é por nossas mãos que passam os que podem mudar o mundo e nós também podemos.
     Como vamos formar cidadãos críticos se nem mesmo nós estamos sendo? Vejo os professores com quem trabalho apáticos em relação ao que acontece ao nosso redor e cada vez mais me parece que a escola permanece assim, numa redoma de vidro. Logo me lembrei do livro da Ruth Rocha:


     E de fato, não apenas os alunos, mas nós estamos em vidros aqui em meu município. Todos saem das suas salas se enfiam em seus vidros e lá permanecem, como se o que ocorre à sua volta não lhe pertencesse, não intervisse diretamente em suas vidas. Lamento, lamento muito por isso, me sinto frustrada e sem esperança. Os leitores poderão pensar: "Mas e o que você fez para mudar?" e eu respondo, nos únicos momentos em que houve algum engajamento eu estava lá, eu coordenei, eu lutei, mas chega uma hora em que cansa, alguns silenciam porque querem e outros, como eu, porque perderam a voz de tanto gritar...

 




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Imagens que contam História









 




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Os saberes históricos

OS SABERES HISTÓRICOS


Observe os quadrinhos:




     A história acima traz uma reflexão sobre a importância de valorizar os saberes que nossas crianças e adultos trazem. Faz-nos pensar também sobre a significação de conteúdos tidos como fundamentais para a real aprendizagem.
   Levando para a disciplina de Representação do Mundo pelos Estudos Sociais, por exemplo, e pensando nas propostas de trabalho que sugeri ao longo dos trabalhos, como a valorização do espaço do arroio que deu nome à cidade, penso que uma das primeiras estratégias de instigar o trabalho junto às crianças seria ouvindo a sabedoria popular, que felizmente, por ser uma cidade relativamente "nova" ainda temos pessoas da comunidade para contar sobre os primeiros tempos em Arroio do Sal, ainda antes de sua emancipação. 
     Que possamos sempre nos lembrar que segundo a professora e pesquisadora de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e organizadora do livro Memorial Paulo Freire: Diálogo com a Educação (Expressão e Arte), Noêmia de Carvalho Garrido, os projetos devem estar ligados à comunidade, trazer a história de vida dos educandos, para então trabalhar a sistematização dos conteúdos que a escola exige. “O homem, em sua formação, não é dividido, ele é integral, o conhecimento que vem de fora da escola é integral. Só se fragmenta na sala de aula”, diz.

 “Para trabalhar na perspectiva de Freire, é preciso atuar de modo interdisciplinar. Os temas têm que conversar entre eles, a partir de um eixo norteador”. Dentro dos ensinamentos de Freire, esse tema vai ser levantado a partir das necessidades e interesses dos educandos, ou até mesmo da troca de educador e educandos."

Fonte de pesquisa Porvir.

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Pedagogia da Pergunta

PEDAGOGIA DA PERGUNTA



O livro " Por uma Pedagogia da Pergunta" de Paulo Freire é muito interessante. O encontro do educador Paulo Freire com o filósofo chileno Antonio Faundez resultou neste texto. Discutem as diferentes experiências vividas em seus países de origem, confrontando os pontos de vista político e pedagógico; questionam o papel do intelectual nas sociedades em transformação e sua relação com as camadas populares; recolocam a importância da relação dialética entre teoria e prática, viabilizando revisões fundamentais. A obra coloca em evidência um método a ser utilizado por cientistas sociais - o repensar constante. (fonte do resumo: Google Books)

Traz, como todos os seus escritos, uma visão da Pedagogia Crítica, cujo foco está na criança e no aprender dela e não no professor e no seu ensinar. A proposta de Freire é que todo conhecimento pode surgir de uma pergunta, a busca de soluções a ela traz a curiosidade e o aprendizado. 

" Segundo, ele aprende com aquele a quem ensina, não apenas porque se prepara para ensinar, mas também porque revê o seu saber na busca do saber que o estudante faz. Tenho insistido em trabalhos antigos como em recentes, em quanto a inquietação dos estudantes, a sua dúvida, a sua curiosidade, a sua relativa ignorância devem ser tomadas pelo professor como desafios a ele. No fundo, a reflexão sobre tudo isso é iluminadora e enriquecedora do professor como dos alunos. A curiosidade do estudante às vezes pode abalar a certeza do professor. Por isso é que, ao limitar a curiosidade do aluno, a sua expressividade, o professor autoritário limita a sua também. Muitas vezes, por outro lado, a pergunta que o aluno, livre para fazê-la, faz sobre um tema, pode colocar ao professor um ângulo diferente, do qual lhe será possível aprofundar mais tarde uma reflexão mais crítica."
Paulo Freire

Gostei muito da proposta da aula de Representação do Mundo pelas Ciências, onde a professora nos pede uma pergunta que nos desestabilize em relação à Ciências e pede que tentemos intervir nas perguntas das colegas. Achei divertidíssimo e me encantei lendo as perguntas e as respostas. Ali eu percebi que num exercício assim, simples em seu enunciado pode trazer grandes conhecimentos e pode tornar uma aula realmente interessante, basta que o professor se dispa de seus velhos vícios e conforme Freire, respeite as perguntas de seus alunos.

"Para um educador nesta posição não há perguntas bobas nem respostas definitivas. Um educador que não castra a curiosidade do educando, que se insere no movimento interno do ato de conhecer, jamais desrespeita pergunta alguma. Porque, mesmo quando a pergunta, para ele, possa parecer ingênua, mal formulada, nem sempre o é para quem a fez. Em tal caso, o papel do educador, longe de ser o de ironizar o educando, é ajudá-lo a refazer a pergunta, com o que o educando aprende, fazendo, a melhor perguntar."
Paulo Freire


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