O assustador silêncio dos Educadores...


O assustador silêncio dos Educadores...


     Eu me preocupo e muito, com o silêncio. Não o silêncio que acalma, o silêncio que faz pensar, o silêncio que faz chorar, me preocupo com o silêncio de quem deveria gritar para acordar os que dormem, os que dormem o sono da apatia, do "não é comigo". A cada notícia triste, retrógrada que leio, relacionada à Educação, à perda dos direitos de alguém, eu penso: Agora sim, agora os educadores vão tomar a frente e transformar isso... Chego na escola e cheia de esperança levo o assunto pra mesa do café, momento em que todos estão juntos, e aí, comenta-se, indigna-se e logo bate o sinal e tudo volta ao "normal". 
     Não sei, mas tem algo errado, esse silêncio não poderia existir, somos os responsáveis pela educação, é por nossas mãos que passam os que podem mudar o mundo e nós também podemos.
     Como vamos formar cidadãos críticos se nem mesmo nós estamos sendo? Vejo os professores com quem trabalho apáticos em relação ao que acontece ao nosso redor e cada vez mais me parece que a escola permanece assim, numa redoma de vidro. Logo me lembrei do livro da Ruth Rocha:


     E de fato, não apenas os alunos, mas nós estamos em vidros aqui em meu município. Todos saem das suas salas se enfiam em seus vidros e lá permanecem, como se o que ocorre à sua volta não lhe pertencesse, não intervisse diretamente em suas vidas. Lamento, lamento muito por isso, me sinto frustrada e sem esperança. Os leitores poderão pensar: "Mas e o que você fez para mudar?" e eu respondo, nos únicos momentos em que houve algum engajamento eu estava lá, eu coordenei, eu lutei, mas chega uma hora em que cansa, alguns silenciam porque querem e outros, como eu, porque perderam a voz de tanto gritar...

 




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