Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 10
Quando o silêncio não é resposta ele assusta. Ao escrever sobre o
assustador silêncio dos educadores em publicação
do dia 09 de março de 2017 pensei que talvez fosse possível mexer com isso,
desestabilizar este silêncio. Mas não foi o que ocorreu.
As notícias sobre o retrocesso à educação que em 2017 já eram
graves só pioram diariamente e o que se faz enquanto classe? Nada!
Absolutamente nada. Quando falei do meu cansaço, de não ter voz por ter gritado
demais não podia imaginar o quanto um sussurro hoje tem valor.
E a mobilização está cada vez mais distante, as pessoas estão
conformadas com o rumo das coisas, nada parece fazer com que os educadores percebam
o perigo que ronda nossa profissão.
O escola sem partido, vulgo, “persiga o professor que se manifesta
contrário ao que tu pensas” está cada vez mais próximo e são poucas as vozes,
que não se fazem ecoar, porque muitos preferem manter-se calados, esperando que
sua vida fique tranquila e se resolvam apenas seus próprios problemas.
Eu sinto muito, por meus filhos, mas não apenas por eles, por
todos os meus alunos e alunas, que não conhecerão a escola mais como um espaço
de trocas, de aprendizagens coletivas, que serão banidos de universidades, que
voltarão a ocupar a “senzala moderna” dos porões de fábrica, se nada for feito.
Ao mesmo tempo saliento que tenho feito minha parte, que tenho
buscado ocupar espaços que ainda nos são permitidos, mesmo que não nos queiram,
que vou continuar segurando a mão dos que tem a sua corda vocal arrancada pelo
medo, dos que tem o coração pulsante pelo receio de ficar sem o pouco que tem,
eu continuarei a gritar, entre momentos de sussurros e berros que serei
#resistência!