A escola democrática pode começar numa sala?
Hoje, ao ler o texto "Escolas Democráticas Utopias ou Realidade" de Rosanei Tosto fui tomada de uma daquelas doses de esperança que sempre fazem bem.
O "realidade ou ficção?" sobre este assunto vinha me assombrando desde o início deste semestre quando começamos a discutir o assunto. Eu tive oportunidade de experienciar uma gestão democrática-participativa de perto que gerou lindos frutos e teve resultados tão belos quanto, mas que foi esmagada, engolida por uma boca capitalista enorme, onde prevalece o indivíduo no lugar do coletivo, a vaidade no lugar da solidariedade e desta forma foi impossível continuar neste projeto.
Lendo o texto que trouxe novamente às minhas memórias os conhecimentos acerca da Escola da Ponte e outros dois exemplos brasileiros de escolas democráticas eu resolvi ir além e busquei, das referências sobre o projeto político pedagógico da Ponte, já que a este eu nunca tive acesso. Encontrei parte do livro "Escola da Ponte Uma escola Pública em Debate" de José Pacheco e Maria de Fátima Pacheco e fiquei ainda mais encantada e comecei a "sonhar" com um projeto de estágio um pouco ousado e certamente desafiador do ponto de vista do objetivo.
Se é, infelizmente e ainda, tão difícil que tenhamos escolas verdadeiramente democráticas em nossas realidades, porque não tentar começar de algo ainda mais micro na sociedade, que é a própria sala de aula? A escola democrática preza que de baixo para cima tenhamos cidadãos de fato e de direito mais críticos e reflexivos, com valores que permeiem os direitos humanos e assim estes possam progressivamente transformar a sociedade, eu não posso ter uma sala de aula democrática para então provar que dá certo e buscar a tão sonhada experiência numa escola democrática?
E então vem o desafio, minha primeira intenção ao pensar na turma com a qual irei realizar meu estágio era trabalhar com alfabetização e letramento digital e pensei, neste momento em unir as duas coisas. "Novas pontes - Bytes no lugar de tijolos, o concreto sempre presente" seria um título provisório, criado na intenção de conter toda minha euforia e ansiedade.
Uma sala de aula democrática, respeitando as escolhas do centro do estágio, os estudantes, que seriam responsáveis por seus conhecimentos, pela construção das regras e combinados, que teriam seus interesses respeitados e ao mesmo tempo tivessem realizando tudo isso em ambientes informativos e comunicativos de aprendizagem.
Sei que ainda é cedo para pensar nisso, mas preferi escrever assim não esqueço ou perco meus pensamentos em meio a tantas coisas tradicionais que somos "obrigados" ou "sugestionados" a seguir.
1 comentários:
Oi Lucinéia,
Muito interessante tua postagem! Adorei a dica de leitura, vou ler! Sobre as tuas reflexões, poderias aprofundar como pensas em aliar a gestão democrática com as tecnologias, tens propostas em mente?
Abraço, Tutora Tais
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