LUDICIDADE NA
VIDA ADULTA
O
lúdico, enquanto fenômeno social pode interferir e muito na questão da
aprendizagem do indivíduo jovem e adulto. Rabello e Passos nos trazem os
estudos de Erikson que fala da importância de se considerar o contexto
histórico e cultural, utilizando estas informações como instrumento de análise,
afinal, são elas que vão nos dar indicativos da formação de uma identidade, que
é construída e mantida pela sociedade, pelo que Erikson chama de “ego grupal”.
Segundo as leituras feitas:
“O desenvolvimento cognitivo dá-se na relação com o
meio, porém, ele é individual. O estádio em que um indivíduo se encontra “é
radicalmente individual, não pode, pois, ser confundido com o de nenhum outro
indivíduo” (BECKER, 2001, p.187).
Ainda segundo Marques, “O adulto, tal
qual a criança e o adolescente, não aprende ouvindo respostas prontas.
Aprende resolvendo problemas que dizem respeito ao mundo físico ou social
em que vive e lançando hipóteses sobre as transformações que devem ser implementadas.
”
Desta forma, ao trabalharmos com o
indivíduo adulto, devemos atentar para estes dois pontos, a aprendizagem como
desenvolvimento individual e como significativa a partir das relações com o
meio. Outro item de extrema importância, segundo Real e Picetti, é a questão da
aprendizagem amorosa, e o uso do termo quer dizer tratar o outro respeitando a
diferença que ele traz em relação aos demais indivíduos, este respeito é muito
importante na Educação de Jovens e Adultos.
Assim, ao trabalhar a ludicidade com o
jovem e o adulto é preciso estar atento à questão da “vergonha”, por exemplo,
que no texto de Rabello e Passos nos é muito bem esclarecida, sob a ótica e o
estudo de Erickson que afirma ser a vergonha “a raiva dirigida a si mesmo” já
que o indivíduo pretendia realizar algo sem estar exposto aos outros e quando
isso não acontece se dá a vergonha, que precede a culpa, derivada da vergonha e
avaliada pelo superego. O estudante jovem e adulto, muitas vezes se nega a
participar de uma atividade lúdica, mesmo estando internamente com muita
vontade de fazê-lo, mas não o faz por receio de como “o outro” irá perceber
esta participação, receando, de certa forma perder o status de adulto. Ferreira (2004), por sua
vez nos traz que somente a ludicidade pode resgatar a criatividade e a
criticidade do indivíduo, fazendo com que consiga viver no meio social ao qual
está inserido.
Referências:
BECKER, Fernando. A epistemologia do professor. O cotidiano da escola.
9ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
REAL, Luciane Magalhães Corte e PICETTI, Jaqueline. Aprendizagem
amorosa: transformações na convivência de aceitação do outro como legítimo
outro. 2011. Educação e Cidadania nº13. Editora UniRitter.
RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Erikson e a teoria psicossocial do
desenvolvimento. Disponível em
<http://www.josesilveira.com/artigos/erikson.pdf> no dia 02 de Maio de
2017.
FERREIRA, A. F. et all. O Lúdico nos adultos: Um
estudo exploratório nos frequentadores do CEPE - Natal - RN. Disponível em <http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/29/29> no dia 02 de Maio de 2017
2 comentários:
Luh, particularmente eu acredito que a ludicidade deve fazer parte da vida integralmente, em todos os períodos, porém de formas diferentes. O que é lúdico para uma criança, se torna chato ou vergonhoso para um adolescente, o que é divertido para um adolescente, provavelmente não terá graça para um idoso.
OI Lu também concordo com Lucimar que a Ludicidade é tudo para todo o ser pensante.Pelo que vejo tens alunos adolescentes como realiza o lúdico com eles?bjs
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