Pedagogia da Pergunta

PEDAGOGIA DA PERGUNTA



O livro " Por uma Pedagogia da Pergunta" de Paulo Freire é muito interessante. O encontro do educador Paulo Freire com o filósofo chileno Antonio Faundez resultou neste texto. Discutem as diferentes experiências vividas em seus países de origem, confrontando os pontos de vista político e pedagógico; questionam o papel do intelectual nas sociedades em transformação e sua relação com as camadas populares; recolocam a importância da relação dialética entre teoria e prática, viabilizando revisões fundamentais. A obra coloca em evidência um método a ser utilizado por cientistas sociais - o repensar constante. (fonte do resumo: Google Books)

Traz, como todos os seus escritos, uma visão da Pedagogia Crítica, cujo foco está na criança e no aprender dela e não no professor e no seu ensinar. A proposta de Freire é que todo conhecimento pode surgir de uma pergunta, a busca de soluções a ela traz a curiosidade e o aprendizado. 

" Segundo, ele aprende com aquele a quem ensina, não apenas porque se prepara para ensinar, mas também porque revê o seu saber na busca do saber que o estudante faz. Tenho insistido em trabalhos antigos como em recentes, em quanto a inquietação dos estudantes, a sua dúvida, a sua curiosidade, a sua relativa ignorância devem ser tomadas pelo professor como desafios a ele. No fundo, a reflexão sobre tudo isso é iluminadora e enriquecedora do professor como dos alunos. A curiosidade do estudante às vezes pode abalar a certeza do professor. Por isso é que, ao limitar a curiosidade do aluno, a sua expressividade, o professor autoritário limita a sua também. Muitas vezes, por outro lado, a pergunta que o aluno, livre para fazê-la, faz sobre um tema, pode colocar ao professor um ângulo diferente, do qual lhe será possível aprofundar mais tarde uma reflexão mais crítica."
Paulo Freire

Gostei muito da proposta da aula de Representação do Mundo pelas Ciências, onde a professora nos pede uma pergunta que nos desestabilize em relação à Ciências e pede que tentemos intervir nas perguntas das colegas. Achei divertidíssimo e me encantei lendo as perguntas e as respostas. Ali eu percebi que num exercício assim, simples em seu enunciado pode trazer grandes conhecimentos e pode tornar uma aula realmente interessante, basta que o professor se dispa de seus velhos vícios e conforme Freire, respeite as perguntas de seus alunos.

"Para um educador nesta posição não há perguntas bobas nem respostas definitivas. Um educador que não castra a curiosidade do educando, que se insere no movimento interno do ato de conhecer, jamais desrespeita pergunta alguma. Porque, mesmo quando a pergunta, para ele, possa parecer ingênua, mal formulada, nem sempre o é para quem a fez. Em tal caso, o papel do educador, longe de ser o de ironizar o educando, é ajudá-lo a refazer a pergunta, com o que o educando aprende, fazendo, a melhor perguntar."
Paulo Freire


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3 comentários:

Portfólio tutora Tais disse...

Oi Lucinéia,
Eu particularmente gosto muito deste livro! Concordo com você de que é preciso respeitar as perguntas dos alunos e acredito que o trabalho do professor deveria começar com as perguntas de seus alunos. É através de uma pergunta que se inicia um diálogo, no qual trocas significativas entre professores e alunos caminham em direção a uma qualificação do ensino e aprendizagem.
Abraço, tutora Tais

Crediné disse...

Consegues enxerga uma proposta de trabalho em sala de aula considerando as discussões do texto?

Lu Happeck disse...

Enxergo sim, professor, e agora ela está cada vez mais fácil de vislumbrar, a proposta seria através dos Projetos de Aprendizagens, onde as "perguntas" dos alunos não apenas seriam respeitadas como seriam também a fonte do trabalho.

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