GESTÃO DEMOCRÁTICA EM TEMPOS DE DEMOCRACIA DUVIDOSA
Penso que o conceito de gestão democrática deve ser trazido inicialmente:
Gestão Democrática é a forma de gerir uma instituição de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia.
É a melhor alternativa para gerir uma escola atual, que não tenha parado no tempo. Mas para agir desta maneira é preciso muito estudo e leituras.
Desde a constituição de 88 o termo estava presente, mas somente há alguns anos ficou conhecido dentro das escolas públicas. A LDB 9394/96 regulamenta a gestão democrática, principio da educação brasileira dentro da Constituição.O Plano Nacional de Educação seria norteador deste processo, pois traria diagnósticos, diretrizes e metas para a gestão democrática respeitando a democratização da educação brasileira.
Porém, eu pude vivenciar, em dezoito anos trabalhando na Educação, momentos em que a gestão democrática esteve presente e de fato ocorrendo, mas logo em seguida, ela foi "derrubada", por "forças maiores". Não podemos esquecer que o capital é quem rege a nossa Educação e desta forma ela também está atrelada aos interesses de uma minoria rica que certamente não vê com bons olhos uma gestão democrática, tendo em vista que esta prevê a participação em todos os momentos da gestão, possibilitando uma "autonomia perigosa" à sociedade.
Participei das etapas de uma Conae, uma conferência para discutir Educação, acompanhei as sugestões dadas por todos os segmentos de fato envolvidos com a Educação, li o PNE, sei que ele continha itens que logo foram esquecidos e isso me faz rediscutir se a gestão democrática ainda será possível, pois nem mesmo a votação popular para a escolha da Presidente do nosso país foi respeitada.
Ainda temos muito a caminhar, fazer gestão democrática no âmbito da Unidade Escolar talvez seja um pequeno passo, um trabalho de formiga, mas pode ser a solução, uma vez que quando temos a possibilidade de que isso venha de cima sabemos que não irá ocorrer.
Acredito na Gestão Democrática e enquanto eu tiver minhas próprias forças, minha voz e minhas palavras, continuarei lutando para que a participação popular se evidencia, que as vozes das minorias sejam ouvidas e que todas e todos possam de fato ter uma Educação de qualidade.
Referência: OLIVEIRA, João Ferreira de, et all. Gestão escolar democrática: definições, princípios e
mecanismos de implementação. Disponível em http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_1.pdf
Acesso em 28/05/2017.
4 comentários:
Que bom podermos observar seu entusiasmo em busca de uma gestão mais democrática, olhando para nossa prática e participação, seja como pais, professores ou direção.
Como fazer a nossa parte para mudar algo?
Observamos que existem movimentos democráticos na escola, mesmo que tímidos, mostram um começo...
Tutor@ Isolete
Eu acredito que nestes anos sempre tenho feito minha parte, já fui delegada em conferências e atualmente estou presidente do Conselho Escolar da Escola de Ed. Infantil em que meu filho estuda, além de estar membro do Sistema Municipal de Educação (CME), representando o segmento dos professores. São, como eu disse, pequenos passos, mas que talvez possibilitem uma real gestão democrática, mesmo lidando contra a força do capital...
Olá Lucinéia realmente vivemos uma democracia muito recente e estamos aprendendo a viver e exercitar a democracia. Muito plausíveis tuas considerações sobre como podemos aplicar no cotiano. Portanto, pergunto como podemos exercitar isso na sala de aula...
Abraços
A participação, a transparência e a democracia Márcio são facilmente exercidas em sala de aula quando nos despimos do papel de professor detentor do saber e permitimos a troca, a construção coletiva. Em minhas aulas frequentemente escolhemos como estudaremos, às vezes, tenho que dar as diretrizes e metas, mas eles me ajudam a escolher qual o melhor caminho para chegarmos a elas, se autoavaliam sempre e me avaliam também, através de rodas de conversa, onde cada um é ouvido e respeitado em sua individualidade e pensamentos críticos. Permitir que o educando saiba como está sendo avaliado também é uma forma de transparência, evitando que a avaliação se torne um instrumento de "cabresto". Espero ter respondido.
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