Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 10

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 10



Quando o silêncio não é resposta ele assusta. Ao escrever sobre o assustador silêncio dos educadores em publicação do dia 09 de março de 2017 pensei que talvez fosse possível mexer com isso, desestabilizar este silêncio. Mas não foi o que ocorreu.

As notícias sobre o retrocesso à educação que em 2017 já eram graves só pioram diariamente e o que se faz enquanto classe? Nada! Absolutamente nada. Quando falei do meu cansaço, de não ter voz por ter gritado demais não podia imaginar o quanto um sussurro hoje tem valor.

E a mobilização está cada vez mais distante, as pessoas estão conformadas com o rumo das coisas, nada parece fazer com que os educadores percebam o perigo que ronda nossa profissão.

O escola sem partido, vulgo, “persiga o professor que se manifesta contrário ao que tu pensas” está cada vez mais próximo e são poucas as vozes, que não se fazem ecoar, porque muitos preferem manter-se calados, esperando que sua vida fique tranquila e se resolvam apenas seus próprios problemas.

Eu sinto muito, por meus filhos, mas não apenas por eles, por todos os meus alunos e alunas, que não conhecerão a escola mais como um espaço de trocas, de aprendizagens coletivas, que serão banidos de universidades, que voltarão a ocupar a “senzala moderna” dos porões de fábrica, se nada for feito.


Ao mesmo tempo saliento que tenho feito minha parte, que tenho buscado ocupar espaços que ainda nos são permitidos, mesmo que não nos queiram, que vou continuar segurando a mão dos que tem a sua corda vocal arrancada pelo medo, dos que tem o coração pulsante pelo receio de ficar sem o pouco que tem, eu continuarei a gritar, entre momentos de sussurros e berros que serei #resistência!


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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 09




Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 09



Ao ler minha publicação sobre Tempo e Espaço de 28 de janeiro de 2017, uma das coisas que escrevi, naquele momento, sem a percepção do que estaríamos vivendo entre 2018 e 2019 me assusta um pouco:

              “Conforme Cooper ‘O processo de investigação histórica envolve a compreensão de conceitos do tempo: a mensuração do tempo, continuidade e mudança, as causas e efeitos de eventos e de mudanças ao longo do tempo, semelhanças e diferenças entre períodos. Isso significa encontrar o passado a partir de fontes’.  
         Portanto, estabelecer relação e construir aprendizagens através de diferentes fontes é uma das alternativas para a aprendizagem significativa dos Estudos Sociais.”

Quando escrevi isso não imaginei que teria em 2019, tanta preocupação em tratar da questão das fontes em sala de aula. O que vimos, infelizmente, foi um presidente sendo eleito por conta de fakenews, notícias vindas de fontes duvidosas que mudaram completamente nosso presente e certamente trarão consequências graves ao nosso futuro, que será estudada como um passado triste, mais um, na história de nosso país.

E o que mais me assusta é a possibilidade de mudarem inclusive fontes confiáveis, como os livros de história e apagarem a possibilidade das crianças de hoje conhecerem a história real da nossa nação.

Penso que é o momento mais difícil do qual tenho recordação ao longo desses meus 40 anos e nunca imaginei que teria que pensar antes de falar alguma pra ver quais interpretações podem ser dadas... triste demais com o rumo das coisas...




COOPER, Hilary. Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de 3 a 8 anos. Educar, Curitiba, v. Especial, p.171-190, 2006. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/educar/article/viewFile/5541/4055> Acesso em: 26/01/2017.

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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 08

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 08



E lá vou eu novamente trazer a ressignificação da Matemática através de uma postagem lida. E já começo conforme Lourenço, Baioche e Teixeira:

“A matemática está em nosso cotidiano e não podemos negar, e ao alfabetizar matematicamente muitos educadores sentem-se inseguros”.

Este sempre foi meu sentimento, insegurança e mesmo tendo aprendido na disciplina estudada, ao chegar no estágio me deparei com um pavor, um pânico. Teria que trabalhar expressões numéricas. E aí, como trabalhar uma coisa que só o nome me trazia arrepios, mesmo sem lembrar nem o que era isso??

Neste dia pensei em desistir, mas essa não é uma característica predominante em mim então decidi pedir ajuda. E graças a uma amiga que me emprestou o livro “O que fazer primeiro? – Expressões numéricas” de Luzia Faraco Ramos, ali tudo começou a clarear e percebi o quanto era fácil aquele conteúdo que há anos me atormentava. Utilizei o próprio livro, pois na minha escola temos 3 vezes por semana o projeto de leitura, paramos por vinte minutos para ler e usei este livro. Lançava as expressões como desafio e na próxima leitura deveriam trazer as respostas, foi maravilhoso.

O resultado de tudo isso? O PEAD me curou de um trauma, e falo isso com absoluta certeza, o trauma da matemática. Consegui através dos professores, tutores e materiais disponibilizados compreender o que trazia desde a infância como códigos e coisas sem sentido. Me tornei fã desta ciência, outra grande aprendizagem do PEAD. Hoje consigo ver a matemática presente em meu dia a dia.

Referência:
ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS: O QUE É? COMO FAZER?Edvânia Mª da Silva Lourenço , Vivian Tammy Baiochi, Alessandra Carvalho Teixeira
Revista da Universidade Ibirapuera - - Universidade Ibirapuera São Paulo, v. 4, p. 32-39, jul/dez. 2012

https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1713598/course/section/1269522/44.pdf

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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 07

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 07




Em 02 de fevereiro de 2017 com a temática sustentabilidade eu coloquei a questão das práticas de sustentabilidade para além da escola, e questionei o valor da separação do lixo na escola se no município o resíduo vai todo para o mesmo lugar. Pois, passado este tempo nada mudou. Infelizmente as aprendizagens que temos em relação às ciências da natureza parecem não surtir efeito quando as propagamos.

Houve tentativas, mas nenhuma com sucesso de ir além dos muros da escola. Quando estive no estágio trabalhamos muito um outro viés da sustentabilidade que era em relação às hortas domésticas, a questão do alimento transgênico e neste ponto foi positivo porque os alunos concluíram que era uma ação que dependia exclusivamente deles e da família, ao contrário do lixo, que precisaria de um apoio e organização maior do poder público.


Depois disso temos o crime da Vale, e isso talvez leve a outros questionamentos que certamente deveriam ser levados para a sala de aula, como por exemplo a privatização das estatais, eu colocaria com uma pergunta simples, a ser respondida pelas famílias “se as estatais dão tanto prejuízo, porque temos tantas empresas internacionais interessadas em comprar?” ou “Você compraria um aparelho quebrado só para consertá-lo?”. Enfim, ainda temos um longo trabalho à frente. 

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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 06

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 06



Valorizar os saberes que nossas crianças e adultos trazem... essa era frase inicial da postagem do dia 04 de fevereiro de 2017. E relendo o que escrevi, mais uma vez uma interdisciplinar que gostei muito e com a qual me identifico bastante, representação do mundo pelas ciências sociais, e uma das coisas que escrevi foi:

           “Que possamos sempre nos lembrar que segundo a professora e pesquisadora de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e organizadora do livro Memorial Paulo Freire: Diálogo com a Educação (Expressão e Arte), Noêmia de Carvalho Garrido, os projetos devem estar ligados à comunidade, trazer a história de vida dos educandos, para então trabalhar a sistematização dos conteúdos que a escola exige. “O homem, em sua formação, não é dividido, ele é integral, o conhecimento que vem de fora da escola é integral. Só se fragmenta na sala de aula”, diz.”

E vi que mais uma vez apliquei esta reflexão em aula, durante o estágio. Trabalhamos com a realidade dos alunos, as profissões das famílias, a economia local, o sistema político de nossa cidade, os interesses deles nos projetos de pesquisa. Foram extremamente críticos e questionadores ao indagar vereadores, prefeito e vice sobre os problemas locais.
Da família de cada um tiraram os itens que compunham a “cesta básica”, foram ao mercado, registraram preços, fizeram cálculos, passaram a compreender que nem sempre o que ganhamos dá para tudo que precisamos. Foi uma experiência fantástica e inesquecível, para mim e para eles. Consegui, de verdade, levar os conteúdos para a realidade.


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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 05

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 05




Que sou fã das tecnologias não é novidade para ninguém, minha especialização é nesta área e sempre gostei muito. Nesta postagem de 12 de julho de 2016 eu dava sugestões de jogos para trabalhar com os estudantes do fundamental.
Naquele momento eu pensava que meu estágio seria daquele jeito, utilizando apenas aqueles recursos e achava o máximo.
Acontece que com o passar do tempo e das aprendizagens eu fui conhecendo novas possibilidades de trabalho, como o próprio PBWORKS e o Evernote, e quando vi que poderia utilizar muito mais do que aqueles jogos simples percebi o quanto cresci, inclusive na área que eu julgava dominar.
Isso só comprova o que já dizia Freire, que estamos em constante aprender, aprendemos com o outro e na interação e isso ficou claro, quando após as aulas com o professor Novak descobri tantas outras possibilidades tecnológicas, ao mesmo tempo com a professora Aline Hernandes os projetos de aprendizagem ampliaram minha visão e como dizia Pessoa (1982):
              Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis.

Pois, como sempre quero mais, consegui mais, pensava que a graduação no PEAD não traria nada além no que diz respeito às tecnologias e vi o quanto estava errada, o quanto me reconstruí e cresci.

Referência:
Bernardo Soares PESSOA, F. Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. São Paulo: Montecristo, 2012.


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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 04

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 04



Ainda buscando evoluções de minhas concepções e aprendizagens ao longo de minhas postagens encontrei essa que intitulei “A Matemática Descomplicada é possível?” e percebi que sou perfeitamente capaz de responder a esta pergunta agora, ao final do oitavo semestre. SIM, a matemática descomplicada é possível e me encantei pela disciplina ao me deparar com ela durante o estágio. Eu teria de enfrenta-la e acabei por decidir que eu faria diferente de tudo que fizeram comigo, não reproduziria aquele medo absurdo, tornaria a matemática prazerosa, faria com que as crianças conhecessem e aprendessem conceitos e significados sem pensar que estavam aprendendo, apenas fazendo e aqui m pouco do que foi feito:















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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 03

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 03



Ao reler a postagem feita em 12 de abril de 2016 em que falava da importância do ato de brincar tive certeza de que levei aprendizagens da graduação para a sala de aula, em especial no período de estágio, que foi quando atuei realmente como pedagoga.

Naquele momento eu refletia sobre o quanto o direito ao brincar estava sendo cerceado e o quanto ele deveria ser retomado, pois poderia trazer aprendizagens significativas de fato. Citei exemplos como aprender a fantasiar, a trocar, a esperar a vez, a ser crítica, a criar e respeitar regras e também convocava para que permitíssemos esse direito em nossas aulas.


Durante meu estágio apliquei isso, trabalhei com o brincar de diversas maneiras, jogos de tabuleiros, esculturas em argila, máscaras de gesso e foi então que vi, saindo da teoria, a prática se comprovando. Eles aprenderam novos conceitos, ressignificaram outros, mantiveram questionamentos para busca posterior e tudo isso em meio ao brincar. 

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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 02

Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 02





Ao falar sobre “Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica” no dia 06 de Setembro de 2015 eu jamais imaginaria que o estudo da história da escolarização seria tão importante hoje, dia 05 de fevereiro de 2019. O que vi naquela reflexão foi:
Religiosa X Laica
Pública X Privada
Rural X Urbana
Ens. Técnico X Ens. Superior

E, infelizmente o que estamos vendo hoje, na educação em nível nacional é justamente o retrocesso, voltar a esta questão da escola religiosa, ao ensino público classicista, ao fim das escolas rurais (MST) e à priorização do ensino técnico. Tempos sombrios, que fico imaginando se, daqui há 40 anos estarão novamente os estudantes relembrando.

Destaquei, na época, os aspectos da boa formação:

Reflexão;
Teoria não vazia;
Sujeitos do conhecimento;
Não transferir conhecimentos;
Saberes qualitativos;
Pesquisa, criticidade, ética, estética, identidade, reconhecimento.

E hoje, o que temos? Um secretário de alfabetização que quer o retorno do método fônico, um presidente que quer ver as provas do Enem antes, teorias vazias, sujeitos sem conhecimento, transmissão de ideias, saberes quantitativos sendo colocados como os realmente importantes. Que tempos são esses? Quando digo que o PEAD me encheu de argumentos e motivações para permanecer nesta difícil luta, aqui está um exemplo. Conhecer a história da educação me auxiliará no intuito de não permitir que ela se repita ao inverso, que o retrocesso simplesmente aconteça.

Finalizei aquela postagem com algo que ainda acredito “...o que somos sem nossas memórias (?), enfim, percebi que devemos valorizar as aprendizagens diárias, os momentos, as escolhas, aquilo que realmente tem importância para nós.”


E continuo escolhendo ser educadora de verdade, de todos e todas, para todos e todas e fazer a diferença neste país que quer retomar uma história difícil da educação, que trouxe tanta desigualdade, tanta exclusão e que deslegitimou outras formas de socialização, porque essa escola assumiu para si a responsabilidade do ser social. Então, sejamos sociedade, cidadãos e cidadãs para além dos limites da escola.


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Evolução das concepções e aprendizagens: Postagem 01

Todas as impressões



A primeira revisita que faço é justamente à minha primeira postagem, linkada aqui. Nela eu escrevi sobre minhas primeiras impressões, a minha felicidade e ansiedade por ter entrado na melhor universidade do país e sobre meus medos as perguntas eram: Como será? Eu darei conta? Será que deveria estar aqui?

Bom, vou tentar responder passado tanto tempo daquele 27/08/2015. Foi maravilhoso, uma experiência riquíssima que trouxe muitas aprendizagens, muitas reflexões, muita inovação, uma experiência transformadora e não só profissionalmente, mas pessoalmente. Sobre dar conta, bem, ainda corro muito contra o tempo, mas sei que consegui chegar até aqui, sei que cumpri as exigências, no meu tempo, do meu jeito, mas o mais importante, de forma completa, lendo TODOS os textos, assistindo TODOS os vídeos e o mais importante, aprendendo mesmo, sem crtl v crtl c, com a certeza de que tive os melhores professores e tutores do mundo!


Será que deveria estar aqui? Essa pergunta eu creio que minha espiritualidade me ajuda a responder... Nada é por acaso e estar na UFRGS me trouxe uma força incrível. Sou militante da educação, sou uma lutadora e em especial nos últimos tempos tem sido muito difícil lutar, militar por esta causa. Mas as aprendizagens do PEAD me encheram de argumentos, de motivações que possibilitaram que eu continue lutando por uma educação de qualidade, para todos e todas... Serei eternamente grata a esta oportunidade dada pela vida e a recompensa não é o tão desejado canudo, ela já está em mim, no que eu me transformei... 

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