A reinvenção da Infância

     Hoje, nossa primeira aula na disciplina de "Infâncias dos 0 aos 10 anos", com a professora Samantha Dias de Lima foi muito interessante, principalmente porque nos desacomodou, nos instigou imediatamente a rever conceitos que nos acompanham há anos.
     Logo no início da aula, nos primeiros slides me veio à memória o documentário "A invenção da Infância", que assisti pela primeira vez em meados de 2003. Resolvi revê-lo e a partir dele, com as construções da aula de hoje tentar reinventar o conceito de Infância. Gostei do trecho da sinopse que diz " Ser criança não significa ter infância"... a partir desta frase vou colocar minha opinião sobre o assunto e tentar conceituar a Infância. 



     Ao assistir o documentário podemos ver que realmente a infância, como nos disse a professora Samantha depende muito do contexto social dos adultos, que acaba por respingar nas crianças. Falamos em aula sobre as crianças de tempos atrás, que tinham respeito à hierarquia, estrutura familiar, disciplina, eram criativas nas brincadeiras, mas se observarmos o contexto social de muitas crianças que são obrigadas a trabalhar, elas respeitam seus pais, tanto é que trabalham a "mando" deles, brincam com os recursos que tem, são criativas...Mas seu tempo de infância é curto, limitado. Há as crianças do contexto social "privilegiado" que não precisam ajudar no sustento da família, mas que estão sufocadas por tantas opções, balé, inglês, natação, computador, celular, Iphone, etc. Este desequilíbrio pedagógico existe, quando não compreendemos que a infância é um fenômeno social, coletivo e cultural de determinada sociedade e a criança é o sujeito individual, portanto ser criança não significa ter infância.
     Durante três anos estive, com uma equipe maravilhosa à frente de um projeto chamado "Educação Cidadã", em meu município e ao ouvir a professora falar em Infância Cidadã automaticamente remeti meus pensamentos ao que também acredito, que as crianças devem ter acesso aos direitos, usufruindo deles com liberdade e igualdade e também com responsabilidade, sendo assim, de fato, produtores de cultura.
     Para isso, devemos compreender que mudaram as formas como a criança experimenta e se apresenta e assim, repensar nossa prática. Fiquei com o questionamento que nos foi dado: "Em que momento as crianças participam?". Espero ter uma resposta em breve, porque dentro da minha prática penso que elas poderiam participar mais, me senti motivada a encontrar esta resposta, a ser postada logo.

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Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica

     Na primeira aula desta disciplina, muita coisa chamou minha atenção. A questão histórica da Educação:

Religiosa X Laica
Pública X Privada
Rural X Urbana
Ens. Técnico X Ens. Superior

     E todas estas, de alguma forma levando à exclusão. O fato de que a escola acabou por deslegitimar outras formas de socialização, trazendo para si toda a responsabilidade do ser social. Além disso, outra coisa que destaco são os aspectos da boa formação:

  • Reflexão;
  • Teoria não vazia;
  • Sujeitos do conhecimento;
  • Não transferir conhecimentos;
  • Saberes qualitativos;
  • Pesquisa, criticidade, ética, estética, identidade, reconhecimento.

     Logo depois entramos na questão da memória, no resgate dos "porquês", na busca dos motivos que nos levaram a sermos educadores. Eu colocaria como resposta o misto do dom, com vocação, desafio, comprometimento, algo intrínseco, o acreditar num mundo melhor através da educação. Ser professora para mim, foi uma escolha e uma descoberta.



     Já em casa, no final de semana assisti a um filme que me lembrou a aula "Para sempre Alice", cujo trailer disponibilizo abaixo:


     Este filme me fez refletir muito sobre a questão da memória, o que somos sem nossas memórias, enfim, percebi que devemos valorizar as aprendizagens diárias, os momentos, as escolhas, aquilo que realmente tem importância para nós.



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Retomando leituras





   Neste final de semana resolvi retomar leituras que considero importantes para qualquer educador comprometido com sua prática e obviamente iniciei por "Pedagogia do Oprimido" e "Pedagogia da Indignação", ambos do mestre Paulo Freire. Felizmente nesta longa caminhada de 17 anos em Educação posso afirmar que sou freiriana, acredito que a palavra ajuda o homem a tornar-se homem e que alfabetizar é ensinar o uso da palavra, gosto muito da colocação de Freire ao dizer " Não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho" Freire em Educação na Cidade

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Nós não aprendemos...



     Seria, para mim, impossível não trazer esta charge, este assunto em minhas reflexões... Nesta semana todos nós nos chocamos com a imagem da criança, refugiada da Síria, morta, após uma tentativa desesperada de seus pais de que ela tivesse liberdade e vida digna. Claro, como milhões de pessoas pelo mundo, fiquei chocada, mas e depois? O que eu fiz? Quando vi esta charge imediatamente lembrei da criança de Hiroshima e da criança da África, vítimas de todos nós. Os fotógrafos ganharam a foto do ano, mas carregam consigo um peso dividido entre milhares de pessoas, o que fizemos para mudar isso?

    A resposta é pessimista; nada ou muito pouco. E busquei, em meu interior, soluções, lamentavelmente, eu, que sempre tenho respostas para tudo emudeci... Mas não costumo ser espectadora da vida e usei de meu maior impulso diante dos obstáculos; minha Indignação e resolvi que, o que posso fazer é a partir daquilo que acredito mudar as pessoas, para que elas ajudem a mudar o mundo, resolvi que vou levar esta charge para as aulas, refletir com meus alunos, fazer com que pensem em soluções, ou, que ao menos valorizem a vida e a liberdade.

   Continuo buscando respostas e infelizmente, concluo que "nós AINDA não aprendemos", mas não posso como educadora deixar de acreditar que seja possível aprender...
     


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