Planejamento como ação, não como mecânica reação.

Planejamento como ação, não como mecânica reação.





Planejar não pode ser mais visto como uma reação mecânica, o preenchimento de fichas ou cadernos, com verbos bonitos utilizados no infinitivo mas com a finitude de estar guardado em alguma pasta ou gaveta. O educador precisa ver a ação de planejar como um momento valioso, rico em significados e repleto de sua concepção pedagógica, ele deve ser o norte de seu trabalho, a bússola de sua prática.                                   

"Enquanto dispensávamos tempo em sala de aula, pensando exclusivamente no "como",deixando os planos exemplares em suas for­mas, pouco ou nada questionávamos sobre a "quem servíamos e para que e para quem" pensávamos em tais ações." RODRIGUES (2001).

Minha trajetória acabou me ensinando com os erros a planejar de forma correta, pois, infelizmente, não posso dizer que aprendi a fazer um planejamento na minha primeira graduação. No início de minha carreira (1998) ia para a sala de aula sem nada escrito, confiando naquilo que eu tinha aprendido sobre o conteúdo, no que eu devia "passar" a meus alunos. Hoje, não consigo ficar sem fazer o planejamento de todas as minhas 15 turmas. Preciso ter por escrito o que eu pretendo, como pretendo atingir, anoto as escolhas e observações dos meus alunos e alunas, percebo os momentos em que preciso retroceder ou mudar algo. O meu plano de trabalho anual está colado ao lado de cada página introdutória da turma, no meu diário, pois estou sendo recorrendo a ele, nunca o deixo guardado. 

Conforme nos trouxe Rays (2000), é preciso conhecer a realidade da escola, dos alunos, da comunidade, a cultura local, não adianta copiar planejamentos prontos de livros didáticos produzidos em grandes centros e distantes da realidade local. Objetivos claros, o que realmente queremos, em quê nossa proposta vai de fato auxiliar o estudante, procedimentos que deem resultados, que levem aos objetivos devem ser pensados no planejamento, e a avaliação, esta é fundamental, ela deve ser feita em todo o processo e não apenas ao final, pois durante a construção do conhecimento é a avaliação que nos permite observar se os objetivos traçados de início estão sendo alcançados. 

Respeitar os interesses dos educandos, o que eles trazem em sua bagagem cultural, seus anseios, angústias, dúvidas e curiosidades, permitir que explanem seus pensamentos, essa deve ser a proposta de um bom planejamento.

Gostei muito da disciplina de Didática, foi enriquecedora, reflexiva, encorajadora. Tenho tentado praticar todas as novas aprendizagens.



RAYS . Planejamento de ensino: um ato político-pedagógico. In: Oswaldo Alonso Rays. (Org.). Leituras da Educação. 1ed.Santa Maria: Editora Pallotti, 2000, v. 1, p. 167-186.






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